sábado, janeiro 10, 2009

Das duas, três

 Uma nota rapidíssima sobre este post de Eduardo Pitta (que é também um dos poucos bloggers que ainda leio regularmente) onde, a propósito da notícia do Sol sobre o Orçamento, dos comentários de Mário Crespo sobre "fontes anónimas" e a reacção da Casa Civil, se cita Crespo com aprovação: "Uma coisa é certa: ou as notícias saem lá de dentro [da Presidência da República] ou são inventadas pelos jornais." 

Eu acho que é possível, mas acho também que falta uma óbvia terceira possibilidade. Exemplifico: há dias, um jornalista ligava-me para confirmar a existência de um alegado estudo da Católica que teria sido feito a pedido de Belém, que o Presidente já teria citado várias vezes em reuniões de trabalho, e que supostamente mostraria que os portugueses "sabiam distinguir bem entre eleições" e apoiaria a convocação de eleições legislativas para a mesma data que as europeias. Pergunto ao Eduardo: de onde é que ele acha que terá vindo este conto de ficção científica? Das duas, três.

2 comentários:

Micas10 disse...

Obviamente que os portugueses saberiam bem distinguir entre o voto para os deputados nacionais e o voto para os deputados europeus, as câmaras municipais, etc.
O actual sistema é um sintoma de menoridade política que merecia ser ultrapassado.
Só um país POBRE se dá ao luxo de desperdiçar tanto dinheiro.
E só um país TONTO se dá ao luxo de passar todo o ano em campanha.

Anónimo disse...

Num país onde se destrói tanto valor em investimentos não reprodutivos - a título de exemplo, relembrem-se os casos das "rotundas", já para não falar de fogos de artifício, decorações natalícias "and so on" - é ridículo que se invoque a "poupança" de 4M€, isto é, 44 cêntimos por eleitor...apenas por razões de estratégica partidária. Recordemos que quando se tentam reformas para concentrar recursos na educação ou na saúde, com encerramento de unidades não eficientes, o argumento da "poupança" é questionado ou liminarmente enjeitado. É mais do que óbvio que a coincidência de Legislativas e Autárquicas ajudaria o PSD a melhorar o score das Legislativas, nem que fosse através da mobilização do eleitorado assegurada por alguns dos bons candidatos autárquicos. Assim como ao PS, agradaria a simultaneidadade da Legislativas e Europeias, para tentar minorar o provável voto de protesto ou a forte desmobilização dos eleitores na eleição isolada para o Parlamento Europeu. Estas são as verdadeiras motivações de fundo para os rios de tinta consumida sobre o assunto. Não é a poupança de 4M€ que faz correr políticos, politólogos ou analistas...
Eduardo Gravanita