sexta-feira, julho 30, 2010

Marktest, 20-26 Julho, N=802, Tel.

Resultados após redistribuição de indecisos:

PSD: 37,3%
PS: 33,3%
BE: 8,5%
CDS-PP: 7,5%
CDU: 6,8%

Aqui.

Uma das interpretações possíveis é que começamos a sentir os resultados da posição do PSD na golden share e da proposta de revisão constitucional. Outra hipótese, claro, é que 47,7% para o PSD e 24,1% para o PS nunca passou de um mero outlier. A primeira interpretação é plausível. Mas a segunda é quase certa: só de pessoas que se identificam explicitamente com o PS em inquéritos pós-eleitorais, face-a-face, e com grandes amostras, temos consistentemente entre 17 e 20% da totalidade dos eleitores em 2002, 2005 e 2009. 24% dos votos válidos nunca podia ser, não é assim?

2 comentários:

Augusto disse...

As sondagens da Marktest são as que dão resultados mais estranhos, subidas e descidas , de 10 pontos percentuais, num mês não são normais.

Mas mesmo outras em que os partidos mais pequenos BE , CDS, PCP em que com curtos intervalos de tempo , perdem metade ou duplicam eleitorados, tambem não me parecem muito crediveis.

Bettencourt de Lima disse...

Desapossados
Após a apresentação do projecto de governo liberal de Passos Coelho sob a forma de revisão constitucional, perpassa em grande parte do PSD uma subterrânea perplexidade.
Este partido é constituído por uma parte significativa dos votantes portugueses e ainda possui um número expressivo de militantes. Muitos deles, os mais velhos e mais numerosos, à volta da imagem construída, mal ou bem, pela governação cavaquista. Imagem essa cujos contornos encaixam na defesa do chamado Estado Social: Leonor Beleza na Saúde, Bagão Félix na Segurança Social (embora este mais ligado ao CDS e independente), Roberto Carneiro na Educação e outros.
Os mais novos, muito pouco numerosos, à volta de uma imagem «liberal» que agora, incompreensivelmente, se apresenta como moderna ou, quem sabe, pós-moderna (incompreensivelmente, pois estamos no meio da mais devoradora crise saída das cloacas de Wall Street e provocada pela «esmerada» aplicação dessas teorias).
O sentimento surdo e dominante que começa a grassar é de não pertença por parte do primeiro grupo. Sentem-se esbulhados, desapossados, e, se este sentimento ganhar líder, restam duas hipóteses a Passos Coelho: ir criar um partido à direita do CDS, ou passar pelo calvário habitual. Este poderá tornar-se mais evidente se a queda nas intenções de voto se acentuar.
A ver vamos.
Desapossados.