sexta-feira, agosto 26, 2005

Alemanha: ponto da situação

Arrumo a casa, antes de uma pausa de uma semana.

Poll of polls, média móvel dos resultados das últimas 3 sondagens, com 51 sondagens desde 14 de Junho, sendo a última sondagem a do Forschungsgruppe Wahle, divulgada hoje pela ZDF:


CDU/CSU estável, SPD em (lentíssima) subida desde início de Agosto, subida concomitante com igualmente lenta descida Linke. Resto estável desde o início.








Para confirmar essas tendências detectadas desde o início de Agosto, isolo os resultados dos institutos que têm publicado mais sondagens e analiso as tendências de cada um:



Forsa é o único que identifica descida da CDU em Agosto, mas era também, desde o início, o "outlier" em termos da (alta) intenção de voto para a CDU. Infratest e Enmid mostram estabilidade. Ao mesmo tempo, todos mostram SPD a subir.





Mas tenho algumas desconfianças sobre sondagens conduzidas em meses de férias escolares... Voltamos a falar na primeira semana de Setembro.

Presidenciais

Mais algumas curiosidades para adicionar a esta, e já passo à análise:

Presidenciais 1986
Soma dos votos de candidatos apoiados por partidos de esquerda, 1ª volta (Soares-PS, Zenha-PRD, PCP): 45,8%
Soma dos votos desses partidos nas eleições de 1985: 52,2%
Saldo a favor do candidato: -6,4%

Soma dos votos de candidatos apoiados por partidos de direita, 1ª volta (Freitas-PSD, CDS): 45,8%
Soma dos votos desses partidos nas eleições de 1985: 39,9%
Saldo a favor do candidato: +5,9%


Presidenciais 1996
Soma dos votos de candidatos apoiados por partidos de esquerda (Sampaio-PS,PCP): 52,7%
Soma dos votos desses partidos nas eleições de 1995: 52,4%
Saldo a favor do candidato: +0,3%

Soma dos votos de candidatos apoiados por partidos de direita (Cavaco: PSD, CDS): 45%
Soma dos votos desses partidos nas eleições de 1995: 43,2%
Saldo a favor do candidato: +1,8%


Ora bem. Espero não me ter enganado nas contas, que isto foi feito um bocado à pressa. E não quero levar isto demasiado longe. Dois casos são só dois casos. São os únicos comparáveis às eleições de 2006 (sem o incumbent a concorrer e com esquerda e direita divididas) e não há teorias que que possam ser testadas com tão poucas observações. Mas permito-me assinalar três coisas :

1. Quer Freitas quer Cavaco adicionaram, como candidatos presidenciais, mais à sua "base partidária de apoio" do que os candidatos de esquerda.
2. Cavaco adicionou algo ao resultado dos partidos que o apoiaram em 1996 mesmo em período de "lua de mel" do governo PS e em circunstâncias políticas gerais que lhe eram altamente desfavoráveis. Pelo contrário, Sampaio quase não somou nada ao voto PS+PCP, nas mesmas circunstâncias, mesmo tendo que conta que, presumivelmente, deveria ter recolhido apoio do eleitorado marginal dos restantes pequenos partidos. E convém lembrar que, para Cavaco, ou melhor, para a imagem que dele faz o eleitorado, 2006 não é 1996.
3. Em 1986, diferentes candidatos para diferentes partidos de esquerda significaram menos votos para a soma desses candidatos do que para a soma dos partidos que os apoiaram. Logo, não sei se aquilo que Vital Moreira presume aqui - que "as três candidaturas à esquerda somarão, em conjunto, mais votos concorrendo separadas do que concentradas em Mário Soares logo à primeira volta" - é de todo previsível.
Mas não há certezas. Por um lado, há isto, e isto é muito forte:
Soma dos votos PS, PCP e BE nas eleições de 2005: 58,9%
Soma dos votos PSD e CDS nas eleições de 2005: 36.2%


Mas por outro lado, não se pode ignorar que o PS começa a sofrer o desgaste previsível da governação, sendo presumível que um seu candidato, seja ele quem for, não consiga reter todo o eleitorado de Fevereiro. Isso é facilitado pelo facto de as eleições presidenciais não terem para os eleitores a mesma importância do que as legislativas. Isto leva a que eleitores que votaram "útil" no PS tenham menos incentivos para voltar a fazer o mesmo num seu candidato, ao passo que eleitores "sinceros" do PS agora descontentes tenham maiores incentivos para usar as presidenciais para expressar o seu descontentamento. E a mobilização diferencial da direita será certamente maior que a mobilização da esquerda, ou pelo menos que a do eleitorado PS: está muito mais em jogo para a direita do que para a esquerda nestas eleições (ou pelo menos assim se julga).

Logo, não estou nada seguro que a vitória de Soares seja melhor assegurada por uma 1ª volta onde se apresentem 3 candidatos. Unir a esquerda num único candidato significa ajudar o eleitorado a "esquecer" que Soares é "apenas" o candidato do PS, coisa que de todo não lhe convém ser. E seria um passo para a necessária "dramatização" das eleições, sem a qual não há hipóteses de concorrer com a "dramatização" à direita ("o Estado nas mãos nas mãos do socialismo", "salvação nacional", etc.).

Voltarei, claro, ao assunto, quando houver sondagens.

quinta-feira, agosto 25, 2005

Uma curiosidade (prólogo a futuras conversas)

Universidade Católica, Janeiro de 2004, Aleatória estratificada, N=1206, face-a-face

Se pudesse decidir por si, quem gostaria que fosse o próximo Presidente da República? (pergunta aberta, resposta espontânea, codificada à posteriori)
Cavaco Silva: 19%
Jorge Sampaio:18%
Santana Lopes:7%
António Guterres:6%
Marcelo Rebelo de Sousa:2%
Mário Soares: 1%
21 outras personalidades, incluindo esta, todos com menos de 1% cada um:7%
Não sabe:20%
Não responde:20%

Se numa 2ª volta das eleições presidenciais concorressem Cavaco Silva e Mário Soares, em qual deles votaria?
Cavaco Silva: 44%
Mário Soares: 32%
Votava branco/nulo:5%
Não votava: 8%
Ns/Nr:11%

Isto foi, repito, em Janeiro de 2004. Volto em breve a este assunto...

quarta-feira, agosto 24, 2005

Não mata mas mói

Brasil, Ibope, 13-17 Agosto 2005, N=2002, Face-a-face

Na sua avaliação, o Governo do Presidente Lula está sendo:

Bom/Ótimo: 29% (-7%)
Regular: 38% (-2%)
Ruim/Péssimo:31% (+7%)
Ns/Nr: 2%

terça-feira, agosto 23, 2005

Dos arquivos do genial Professor Pollkatz

Wishfull thinking? Nixon vs. Bush.
















Uma opinião pública movida a gasolina:

















Isto e muito mais aqui.

Eleições e mercados electrónicos

(à atenção da Lei da Espada)

Há uma tendência para que os mercados electrónicos, como o IEM, consigam prever os resultados de eleições tão bem como algumas sondagens, e quase sempre melhor que a média das sondagens. Na verdade, as sondagens visam descrever o estado da opinião, não prever, mas o certo é que muita gente as procura como modo de previsão, pelo que vale a pena comparar o que se passa nos mercados com o que se passa nas sondagens.

Por estes dias, a poll of polls das sondagens alemãs dá o seguinte:
CDU/CSU: 43%
SPD: 29%
Linke: 9%
Verdes:8%
FDP: 8%

Mas no Wahlstreet, a história é ligeiramente diferente:
CDU/CSU: 40%
SPD: 31%
Linke: 10%
Verdes:8%
FDP: 7%

O "mercado" aposta que a CDU vai ter menos do que na sondagens e o SPD algo mais. E é plausível, especialmente tendo em conta a impopularidade de Merkel e a "espiral do silêncio" que deve estar a funcionar contra o SPD. Importa também dizer, contudo, que o mercado é, ele, próprio, muito sensível às sondagens: comparem a evolução das sondagens aqui com a evolução do mercado aqui e verão, especialmente no que respeita ao "arrefecimento" das expectativas em relação à coligação PDS-WASG...

Diminui apoio à retirada dos colonatos

Israel, Maagar Mochot, 18 Agosto, N=511, Telefónica.

Do you support or oppose the disengagement plan?
Support: 46% (-7%)
Oppose: 42% (+12%)
Outros:12% (-5%)

segunda-feira, agosto 22, 2005

CDU/CSU + FDP

Apesar de sondagens em Agosto me levantarem algumas dúvidas - num recente Eurobarómetro, 80% dos alemães declararam passar pelo menos duas semanas fora de casa durante as férias, com as consequências para a amostragem durante o mês de Agosto que se imaginam - não parece haver grandes dúvidas sobre qual vai ser o partido mais votado nas eleições na Alemanha. A dúvida é se CDU/CSU e FDP conseguem, em conjunto, chegar à maioria absoluta.

Na base dos dados das sondagens feitas até agora, creio que as coisas se inclinam para que sim. Vejamos: o valor mínimo da soma das intenções de voto obtidas pelos dois partidos até agora foi 48%. Em 1994, CDU/CSU e FDP obtiveram em conjunto 48,4% dos votos e, em conjunto, 341 deputados, 4 mais do que aqueles que necessitavam para a maioria absoluta. E há outros exemplos de situações em que menos de 50% de votos para as somas CDU/CSU+FDP ou SPD+FDP seriam suficientes para mais de 50% dos assentos parlamentares. Assim foi em 1961, 1965, 1969 e 1998, por exemplo. E importa recordar que 48% foi o mínimo que CDU/CSU e FDP obtiveram em conjunto nas últimas sondagens, já que, na poll of polls, têm andado sempre pelos 49-50%. Em resumo, apesar do sistema eleitoral alemão ser bastante proporcional na conversão de votos em mandatos - mais do que o nosso, por exemplo - continua a ser possível ter maiorias absolutas de deputados com maiorias relativas de votos.

Contudo, isto é um pouco mais complicado do que parece. Por exemplo, o sistema alemão tem uma cláusula barreira que exclui da representação parlamentar todos os partidos que tenham menos de 5% de voto a nível nacional ou não consigam ganhar pelo menos três assentos nos círculos uninominais, sendo os assentos que teoricamente caberiam a esses partidos redistribuidos pelos restantes. Logo, esta exclusão (ou falta dela) pode ser crucial para determinar o que se passa com os partidos não excluídos. E desta vez, os maiores partidos não vão ter a vida facilitada, dado que a coligação PDS/WASG foi feita precisamente para garantir a ultrapassagem da cláusula-barreira por parte destes partidos.

Mas talvez se possa dizer que tudo o que seja abaixo dos 48% em votos para CDU/CSU+FDP significa elevado risco de não dispor de uma maioria absoluta. Tendo em conta a enorme vantagem da CDU/CSU sobre o SPD, o vencedor não está em dúvida. A dúvida é, precisamente, quanto somam, em votos e assentos, CDU/CSU e FDP. Por enquanto, as coisas inclinam-se para que haja maioria centro-direita. Mas estou curioso para ver as primeiras sondagens de Setembro...

Suportar o terrorismo IV

Do UK Polling Report:

Following the details of the IPCC investigation into the shooting of Jean Charles de Menezes which were leaked earlier this week, there is a new BPIX poll in today’s Mail on Sunday. When it first emerged that Mr de Menezes was not a terrorist public support for the “shoot to kill” policy remained pretty much unchanged. A YouGov survey for the Mirror immediately after the shooting when it was thought Mr de Menezes was a terrorist showed 71% support for the policy; a YouGov poll a few days later for the Economist when it was clear that Mr de Menezes was innocent showed an almost identical 70% support.

The revelations earlier this week that Mr de Menezes was, in fact, not wearing a bulky jacket, nor did he run from the police, or leap over a ticket barrier and he may not even have been warned have finally started to change public opinion: only 58% of people told BPIX they supported the shoot to kill policy, with 28% thinking it wrong. While this is still obviously an overall majority, it is a significant fall from earlier levels of support.

There was also a fall in support for Metropolitan Police Commissioner Sir Ian Blair. In the days immediately following the London bombings BPIX found that 68% of people had confidence in Sir Ian Blair; following this week’s disclosures, confidence has fallen to only 54%. In July 23% said they had little or no confidence in Blair, that figure has now risen to 40%. BPIX also asked people directly whether or not Sir Ian Blair should resign over the police’s handling of the shooting - almost a quarter said he should, with 60% saying he should stay on.

sexta-feira, agosto 19, 2005

Teoria dos dominós

De entre os catorze blogues que aqui, há oito meses, confessei fazerem parte das minhas leituras regulares - Aviz, O País Relativo, A Praia, Barnabé, Bloguítica, Causa Nossa, O Acidental, Fora do Mundo, Blasfémias, Indústrias Culturais, Cartas de Londres, Intermitente, Portugal dos Pequeninos e Homem a Dias - seis já fecharam portas (apesar de um deles se ter passado para outro lado). Dois deles nesta semana.

quinta-feira, agosto 18, 2005

German update (só mesmo para fanáticos...)

Após nova sondagem (Infratest-Dimap) de ontem.

Poll of polls:
















Poll of polls com coligações:
















Tendências CDU/CSU e SPD por instituto:
















Descida da CDU e subida Linke são ainda os principais factos da campanha, mas tendência para estabilização de ambos. SPD não conseguiu beneficiar completamente da descida CDU. CDU/FDP estão no fio da navalha para uma maioria absoluta.

quarta-feira, agosto 17, 2005

Suportar o terrorismo III

Do UK Polling Report, há duas semanas:

There was a BPIX poll published in yesterday’s Mail on Sunday, covering public support for increased police powers and the “shoot-to-kill” policy. It was conducted on the 29th-30th July, so the news that the man shot at Stockwell was entirely innocent would have had plenty of time to sink in. As suggested in the YouGov poll for the Economist though, this has had little or no effect on public support for the policy - 68% of people thought the police did the right thing at the time, and a similar number continue to support the policy.
On other policies, 62% support the re-introduction of the death penalty for terrorist murders (pretty much the same as the 60% who supported it’s re-introduction in a BPIX poll straight after the July 7th bombings - opinions on moral issues like capital punishment don’t tend to change much), just under 60% supported the abolition of the Human Rights Act, most controversially, almost a third of respondents said that they thought torture could sometimes be justified in interrogating terrorist suspects.


Do Times de Londres, hoje:

SCOTLAND YARD made “a series of catastrophic errors” that led to armed officers hunting the July 21 bombers shooting dead an innocent Brazilian, it was claimed last night. (...) CCTV footage shows that Mr de Menezes was wearing a thin denim jacket that could not conceal a bomb, and he was not carrying a bag. Far from running from police, he did not realise that anyone was following him and even picked up a free newspaper before using his season ticket to pass through the barrier. He began to run only when he saw his train pull into the station. At the time of the shooting, Scotland Yard said that Mr de Menezes’s “clothing and his behaviour at the station added to their suspicions”. It was only when Mr de Menezes boarded the train that a surveillance officer guided four armed police into the same carriage. A man sitting opposite him is quoted as saying: “Within a few seconds I saw a man coming into the double doors to my left. He was pointing a small, black handgun towards a person sitting opposite me. “He pointed the gun at the right hand side of the man’s head. The gun was within 12 inches of the man’s head when the first shot was fired.”

Ninguém no seu perfeito juízo ou em boa fé poderá retirar qualquer satisfação da revelação das reais circunstâncias da morte de Jean Charles de Menezes. Mas a única esperança é que desta tragédia venha alguma lucidez. Lucidez suficiente para que se deixe de pensar que discutir a tensão entre a liberdade e a luta contra o terrorismo não passa de uma coisa de "burocratas bruxelenses" que só serve para "facilitar a vida aos terroristas".

The real thing

Eis a fonte de todas as fontes para as sondagens na Alemanha: esta, da responsabilidade de Martin Fehndrich, Wilko Zicht e Matthias Cantow. Cheguei lá através do indispensável UK Polling Report.

Com este elenco completo de resultados, a poll of polls actualizada fica assim (clicar na imagem para ver em formato maior):
















Os mesmos dados da poll of polls, agora com coligações:

















Depois da descida CDU e subida SPD das últimas semanas, os dados mais recentes indicam uma relativa estabilização. Vale a pena ler a breve e claríssima análise do Uk Polling Report, aqui.

quinta-feira, agosto 11, 2005

Maioria de israelitas apoia retirada

Maagar Mochot, 8 Agosto 2005, N=506, Telefónica.

Are you for or against the disengagement plan?
For: 57% (+5% em relação a 20 de Julho)
Against: 31% (+1%)
Ns/Nr: 12% (-6%)

quarta-feira, agosto 10, 2005

Alemanha, tendências por instituto e conclusões



A pouco mais de um mês das eleições na Alemanha, o que dizem as sondagens?

1. Distância ainda enorme entre CDU/CDU e SPD;

2. Diminuição progressiva dessa distância ao longo dos últimos meses;

3. Encurtamento da vantagem da CDU/CSU concomitante com deterioração da imagem de Angela Merkel e aumento da popularidade pessoal de Schröder, que já ultrapassa Merkel como melhor opção como Chanceler (ver aqui alguns incidentes de campanha ligados a isto);

4. Diminuição do score CDU/CSU e estabilidade (por baixo) do FDP tornam maioria absoluta da coligação CDU/CSU-FDP menos plausível.

5. Subida do PDS/WASG torna maioria SPD/Verdes altamente implausível.

6. Postura política e ideológica do PDS/WASG torna sua participação numa coligação de esquerda altamente implausível.

7. Logo, opção de coligação mais favorecida pelos alemães é uma "grande coligação" CDU/CSU-SPD. Mas isso não impede - pelo contrário - a cada vez menos desejada Merkel como Chanceler. A CDU e/ou os eleitores alemães vão ter de encontrar uma solução para este dilema.

Alemanha, poll of polls, coligações

terça-feira, agosto 09, 2005

Alemanha, poll of polls

Hiroshima e Nagasaki

Public Opinion Research Center/Ipsos

Japão, Julho 1-3, 2005; N=1945
Estados Unidos, Julho 7-10, 2005, N=1000

Acha que os bombardeamentos atómicos de Hiroshima e Nagasaki em 1945 foram inevitáveis ou desnecessários para conduzir a guerra a um fim rápido?

Inevitáveis
Japão: 35%
Estados Unidos: 60%

Desnecessários
Japão: 63%
Estados Unidos: 39%

Não sabe/não responde
Japão: 2%
Estados Unidos:1%


Acha que algum país poderá alguma vez ter justificação para usar uma arma nuclear primeiro contra outro país?
Sim
Japão: 14%
Estados Unidos: 28%

Não
Japão: 82%
Estados Unidos: 69%

Não sabe/não responde
Japão: 4%
Estados Unidos:3%

sexta-feira, agosto 05, 2005

Os sondagistas alemães apertam os cintos de segurança (actualizado)




































E Schwarz-Gelb ohne Mehrheit, ou seja, CDU/CSU-FDP sem maioria.

Serviço público

A Marktest tem a amabilidade de fazer no seu site sobre sondagens eleitorais um link para este blogue. Mas acreditem que, pelo menos no que respeita a eleições autárquicas, o que mais conta agora é o link no sentido inverso. Aqui, a Marktest reúne todas as sondagens publicadas até ao momento sobre eleições autárquicas, por concelho. Cada link do concelho tem os resultados de cada sondagem e o fundamental das suas fichas técnicas, o recorte dos jornais onde foram publicadas, e dados socio-demográficos e eleitorais do concelho. Melhor que isto é difícil. A não perder.

quinta-feira, agosto 04, 2005

Alemanha, update
















A imagem está longe de ser perfeita, mas creio que dá para perceber. São todas as sondagens de intenção de voto realizadas desde Maio na Alemanha, disponíveis aqui. SPD tem vindo lentamente a descer, passando-se o mesmo (em menor grau) com CDU/CSU. Só a aliança de esquerda sobe, aparentemente ganhando votos ao SPD na Alemanha Ocidental e à CDU (!) no Leste.

No pós-guerra, só em 1957 ocorreu uma maioria absoluta monopartidária no parlamento (CDU/CSU). Com os 45% da última sondagem, é impossível que CDU/CSU chegue à maioria absoluta. E os 7% da FDP podem não chegar.

O Economist tem, claro, um bom artigo sobre o assunto, recordando experiências anteriores de "grandes coligações" e as dificuldades que daí poderiam surgir (aqui, para assinantes).

terça-feira, agosto 02, 2005

Es wird interessanter

O meu post de ontem sobre as sondagens eleitorais na Alemanha, se bem que servisse como comentário de "longo prazo" acerca das diferenças entre o Leste e o Oeste, tencionava também chamar a atenção para outra coisa, de que o Insurgente, entretanto, já se apercebeu. Para isto:

We've had a four-party system since the 1980's," Richard Hilmer, managing director of Infratest dimap, a leading polling organization, said in an interview. He meant that for a quarter-century, power has generally alternated between a stable two-party moderate-right coalition and a two-party moderate left one, the current one in power being what is called the Red-Green coalition, between Mr. Schröder's Social Democrats and the Greens."But a five-party system makes things much more complicated than they were before," Mr. Hilmer said. Indeed, without the Left Party, it has seemed almost a certainty that a right-of-center coalition between the Christian Democratic Union, or C.D.U., led by Angela Merkel, and the small Free Democratic Party would win the September elections and form a government with Mrs. Merkel as chancellor, which is still a strong possibility. Still, pollsters like Mr. Hilmer say there is a 50-50 chance that the center-right alliance will not get a majority. If that should happen, Mrs. Merkel could be forced to enter into what is being called a "grand coalition" with the very Social Democrats she has been battling for two years.

Ou isto:

Last week, the talk in Germany was of a grand coalition which would put the parties of Angela Merkel and Gerhard Schroeder into a single government, likely with Merkel as its chancellor and Schroeder's SPD as junior partner. But this week, the media and chattering classes are speculating about a possible "Red-Red-Green" coalition that would put the SPD, Left Party and Greens under a single roof. As improbable as the "Red-Red-Green" coalition may be, just the talk of it puts the fear of God in Social and Christian Democratic leaders.The speculation isn't entirely unfounded. As unpalatable as it may be, the latest public opinion polls suggest a scenario in which neither the Social Democrats and Greens nor the Christian Democrats and neoliberal Free Democratic Party (FDP) would garner enough votes to form majority coalitions.The largest single percentage of German voters, 42 percent, say they would prefer a grand coalition to a fraying patchwork quilt of pseudo socialist parties with a lot of historical baggage and diverging political interests.

Pois é. Numa sondagem do dia 18 de Junho (TNS Emnid), a coligação PDS/WASG tinha 9%. Na última sondagem do mesmo instituto (19 de Julho) já tem12%, tendo vindo a subir sistematicamente.

E como se isto não chegasse, temos também que:

segunda-feira, agosto 01, 2005

Alemanhas, Ano Quinze

Forschungsgruppe Wahle, 22 Julho 2005

Intenções de voto Alemanha:
CDU/CSU: 44%
SPD:24%
Linke (PDS/WASG): 12%
Grüne: 11%
FDP: 6%

Intenções de voto Alemanha de Leste:
Linke (PDS/WASG): 34%
CDU/CSU: 33%
SPD:21%
Grüne: 6%
FDP: 3%