Hoje, no Público, Rui Tavares repete a ideia de que"McCain acabou de ultrapassar Obama nas sondagens". Eu percebo, assim como percebo as notícias dos últimos dias sobre o assunto. O que elas querem mesmo dizer é que agora há (e até há pouco tempo não havia) sondagens que colocam McCain na frente. Mas para termos isto em perspectiva, atenção ao seguinte:
1. Das últimas 20 sondagens - aquelas cujo trabalho de campo apanhou o mês de Agosto - apenas 4 colocam McCain na frente, enquanto duas outras dão um empate.
2. As empresas que têm dado vantagem a McCain - Gallup, Rasmussen, Zogby - têm, ao longo da campanha, exibido resultados abaixo da tendência para Obama.
3. Por esta altura, em 2004, mais de metade das sondagens colocava Bush à frente de Kerry. E em 2000, por esta altura, todas as sondagens colocavam Bush à frente de Gore.
Logo:
1. Não compensar um erro (a sobrestimação da vantagem de Obama que tem prevalecido no discurso mediático) com outro (a sua subestimação).
2. Tomar em conta que os fundamentals da eleição costumam ser melhores preditores do resultado final a médio prazo do que uma sucessão de sondagens com resultados altamente variáveis nos meses anteriores.
3. Tomar em conta que nada nesses fundamentals alguma vez sugeriu que a vantagem - real - dos democratas seria descomunal.
4. Finalmente, tomar em conta que se todas as eleições são únicas, esta é mais única do que as outras.
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