Na opinião publicada, o fim do estado de graça foi declarado. O "Simplex" terá levado a vertente propagandística deste governo longe demais, e os relatórios do BP, do FMI e da OCDE constituem o marco temporal mais visível desse eventual fim.
Mas o que me desperta mais curiosidade é saber com que décalage temporal isto se reflecte na opinião pública, em que conjunto ou tipo de eleitores ou, até, se se reflecte de todo. Paulo Gorjão acha que sim, e anuncia que "os próximos estudos sobre a popularidade do Governo já irão reflectir -- embora ainda de forma ténue - a dúvida que se instalou sobre a bondade das medidas do Governo". Aproxima-se o barómetro Marktest e cá estaremos para ver se há algum efeito visível.
Mas importa recordar o que se passou no final da governação Guterres. Entre os comentadores, o "pântano" começou logo após as eleições de 1999. Mas curioso é verificar que, em Outubro de 2001, as sondagens continuavam a colocar o PS em primeiro lugar das intenções de voto. "Guterres recupera e PS já sobe" e "Poder rosa em grande" eram os títulos do Expresso de... 5 de Outubro de 2001. Não se trata apenas de um qualquer factor "Eurosondagem", porque os resultados da Universidade Católica não eram diferentes.
Problema das sondagens, ou problema das pressuposições sobre a forma como o discurso mediático penetra ou influencia a opinião pública? E se forem as segundas que estão erradas, que factores medeiam a relação entre um e outra que fazem com que a relação seja muito mais indirecta e cheia de nuances do que se poderia prever?
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