Num artigo recente no Público, Vasco Campilho afirma que "o precedente faz regra: o próximo Presidente da Comissão Europeia será membro do partido que vencer a nível europeu".
Mas atenção: a regra é que o Conselho nomeia um candidato a Presidente da Comissão por maioria qualificada, nomeação essa que depois é aceite ou não pelo Parlamento Europeu. E o Parlamento volta a votar a totalidade da composição da Comissão, Presidente incluído. Logo, da regra resulta apenas que quem o Conselho nomear precisa de não ser bloqueado por uma maioria no Parlamento. Ora, para ser mais concreto, tendo em conta os resultados prováveis das eleições de Junho, isto exige que os Liberais se juntem ao EPP e aos Conservadores britânicos para dar uma maioria ao candidato do EPP, em vez de se juntarem a outros grupos parlamentares para o bloquearem. Garantido? Bem, "ni pour ni contre".
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7 comentários:
Caro Pedro Magalhães,
O André Freire coloca o dedo na ferida na crónica de hoje do mesmo jornal. E a posição do Vasco como tenho defendido, aponta para um PSD que já não consegue estabelecer metas eleitorais realistas. Talvez por isso os números que divulga nos post anterior. Apreciaria, se tive disponibilidade, a sua opinião sobre a visão de ambos os temas que deixo em http://tinyurl.com/dydw82 e http://tinyurl.com/cr62wm)
Aí está o novo Blog para quem não quer ver repetida a trapalhada em que Lisboa esteve metida com Santana Lopes:
www.outravezno.blogspot.com
Caro Pedro,
Os Conservadores britânicos já afirmaram que, mesmo que saiam do EPP (e constituam um novo grupo com, pelo menos, mais 7 partidos), vão apoiar "Jose Barroso", se este for o candidato do CE.
Os liberais normalmente negoceiam e apoiam.
DBH
Sim, mas os liberais são o ponto. Eu também acho que vão negociar, mas as coisas parecem-me um pouco mais complicadas desta vez que antes. Estão entusiasmados com o seu papel de pivots, têm um historial de posições muito críticas em relação a Barroso, e parecem querer muito (nomeadamente a presidência do PE).
De facto, o ponto são os liberais. Mas se o PPE ganhar e o Conselho indicar Barroso, terão eles realmente margem de manobra para não o apoiar? Penso que não. Claro que para maximizarem o efeito charneira no payback (a tal presidência do Parlamento) têm que esticar a corda agora. Mas na hora H... they'll come around.
Caros Pedro e Vaco,
Não nos podemos esquecer que há três primeiro-ministros no Conselho (Dinamarca, Estónia e Finlândia) cujos partidos estão nos Liberais, além de nove comissários (em 27!). A negociação pode também passar por aí, pelos comissários, como no passado.
DBH
Esqueci-me ainda do Primeiro-ministro irlandês, cujo partido vai entrar nos Liberais e cuja importância (pelo tratado)torna esta membership ainda mais relevante para a esta discussão.
DBH
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