O que se segue é muitíssimo estranho (fonte), e merece uma análise crítica.
A ser verdade, seria chocante. Como se verifica no gráfico seguinte, elaborado por Francisco José Veiga e Linda Veiga, da Universidade do Minho, com base em dados Expresso/Euroexpansão (neste paper, .pdf, mais tarde revisto e publicado na Economics & Politics), Sampaio começou em alta em 1996, para logo descer e só depois recuperar lentamente. Não que chegue a haver um efeito "lua-de-mel" para o Presidente, como o próprio estudo dos Veigas revela. Mas que Cavaco, após a eleição, só tenha pouco mais de 10% de opiniões positivas em relação às opiniões negativas, seria muito estranho.
É possível, contudo, que tudo isto se deva ao facto da sondagem sobre Cavaco pedir aos inquiridos uma avaliação da sua "actuação", o que pode ter sido interpretado como a sua actuação "enquanto Presidente". Para muitos, como não tinha tomado posse, a pergunta pode não ter feito sentido. E o que sucede? Nesta sondagem, 35% de não sabe/não responde. Em Novembro, por exemplo, só 16% não tinham opinião. É preciso cuidado com a leitura dos números.
O estudo dos Veigas merece ser lido por muitas razões. Mostra, por exemplo, que apesar do PM ser o mais responsabilizado pela economia (nomeadamente, o desemprego), o Presidente também o é, independentemente de situações de coabitação ou não. E que Sampaio foi, em geral, menos popular que Soares (mas o estudo vai só até 2000).
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