As fontes de incerteza são duas:
1. A primeira tem a ver com as sondagens. Naturalmente, como sempre, há discrepâncias entre elas, causadas por erro aleatório mas também, naturalmente, por house effects, ou seja, uma variedade de opções metodológicas que acabam por estar sistematicamente relacionadas com os resultados que se obtêm. Anthony Wells, da YouGov e autor do UK Polling Report, discute todas estas opções com muito detalhe aqui, aqui, aqui, aqui e aqui. A isto adiciona-se a possibilidade de um enviesamento comum a todas: o problema dos "shy Tories", ou seja, a possibilidade de que os eleitores Conservadores tendam a esconder a sua real intenção de voto das sondagens. E como se isto não bastasse, a possibilidade de que o que esteja agora a acontecer seja o inverso, ou seja, "shy Labour".
2. A segunda fonte de incerteza tem a ver com a maneira como a distribuição de votos a nível nacional e a sua mudança em relação à eleição anterior se reflecte círculo a círculo. E como ilustrei aqui, há muitas pressuposições diferentes sobre como isso se poderá passar, produzindo conversões de votos em mandatos bastante diferentes consoante essas pressuposições. No momento em que escrevo, há vários cenários, em que diferentes modelos, baseando-se mais ou menos na mesma informação (com alguns a basearem-se também em sondagens conduzidas em regiões ou círculos eleitorais concretos) chegam a resultados diferentes. Todos convergem na subida dos Conservadores nos últimos dias, mas a possibilidade de chegarem a uma maioria absoluta é vista de maneiras diferentes:
- 538.com: 308 assentos, a 18 dos necessários para uma maioria absoulta.
- PoliticsHome: 297 assentos, a 29 dos necessários.
- Electoral Calculus: 317 assentos, a uns meros 9 dos necessários.
O modelo simples de "uniform swing" está a dar 293 para os Conservadores.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário