quinta-feira, março 24, 2011
Incerteza (último)
Finalmente, temos este gráfico, claro. Boas perspectivas para o PSD. Mas se fizermos aqui um zoom no ano de 2009 e aumentarmos a sensibilidade do smoother...
As circunstâncias hoje são completamente diferentes, muito mais favoráveis ao PSD. Mas algures em 2009, muita gente - provavelmente no próprio governo - se terá convencido, por volta das europeias, que o desfecho das legislativas era a inevitável vitória do PSD. Em dois meses, a ilusão ficou desfeita.
Tudo isto para dizer que gostava de poder dar certezas, mas não posso. Gostaria que das próximas eleições resultasse uma solução de governo clara, e já cheguei ao ponto em que gostaria que fosse clara fosse ela qual fosse. Mas acho que temos boas razões para, pelo menos, pensar duas vezes.
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3 comentários:
Mas há uma solução de Governo muito clara: a repetição do Bloco Central, como aconteceu na fase de aplicação do segundo acordo do FMI. A ideia não é minha, ouvi-a a Antonio de Sousa, na SIC. Acredite, para mim estas eleições servem só para escolher o PM. Não acredito que a direita seja maioritária a menos que o BE caia para valores de 2002 o que não acredito. Por isso, por mais que Paulo Portas esbraceje, tudo aponta para uma solução de Bloco Central. Na corrida para PM Passos parte com vantagem. Mas Sócrates praticava desporto, e Passos, não. Não subestimem a capacidade de luta de Sócrates, que vai lutar até ao ultimo voto, como um maratonista que lutaria até ao ultimo metro, mesmo que estivesse atrasado, com a meta a vista.
Não sei se cientificamente é possível esta leitura, mas intuitivamente parece-me que há uma grande diferença apenas analisando gráfico:
Enquanto que em 2009, como oposição, o PSD ainda estava apenas a convergir, hoje, hoje o PS como governo está a divergir do PSD.
Enquanto que num o eleitorado (embora seja difícil de personalizar o eleitorado) apenas parece querer aproximar para castigar o governo, agora parece mesmo querer excluir quem está no poder.
No entanto, mesmo pegando no último parágrafo podem acontecer duas coisas para além da natural preferência do eleitorado (que dependerá muito da campanha, que deverá contar muito nestas eleições). Uma será não castigar tanto o PS ou, ainda mais provável, não premiar tanto o PSD. A outra poderá tentar aproximar o PSD ou dar garantidamente ao PSD+CDS a maioria absoluta por uma questão de estabilidade.
Pedro Magalhães.
Perdoe a provocação. Mas faltou-se o papel da abstenção como uma quinta incerteza. A derrota eleitoral de Ferreira Leite foi muito porque os votos de centro migraram do PS para a abstenção e não para o PSD (parece-me).
Com o que se tem passado na sociedade civil, Gerações à Rasca e afins, temo a que abstenção possa aumentar em relação às anteriores legislativas.
Abraço
José
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