Fiz a 15 de Abril passado uma queixa ao Provedor de Justiça sobre a realização de exames do 4º ano fora das escolas dos alunos. Já tive resposta do Provedor-Adjunto. Não a transcrevo aqui inteiramente, porque acho que não o devo fazer numa carta que me é dirigida. Mas queria notar algumas coisas:
1. A Norma 2/JNE/2013, cuja versão definitiva é de 24 de Abril, prevê o acompanhamento dos alunos por “professores e assistentes operacionais das escolas de origem”, quer nos procedimentos de entrada e orientação para as salas, quer durante o intervalo.
2. O Provedor-Adjunto adianta também que, apesar de não estar na Norma, foi-lhe comunicado que "as turmas de origem não serão, por regra, desfeitas para a realização das provas de exame, estando assim garantido que os alunos não se verão rodeados por caras desconhecidas, mas sim pelas dos respetivos colegas do ano que ora finda (e, presumivelmente, dos 4 anos de escolaridade já frequentados), bem como do seu professor, nos termos acima descritos." Importa confirmar se isso será mesmo assim, dado que as informações originais não apontavam para nada disto. Espero mesmo que se confirme.
3. Enviou também uma carta ao Júri Nacional de Exames com várias recomendações.
Continuo a não ser contra a existência de exames, continuo a achar que há um inimaginável excesso de zelo e regras irracionais na gestão deste processo (pelo menos no que toca às crianças do 4º ano) e pondero fazer nova queixa ao Provedor se o meu filho for obrigado a este completo absurdo. Mas registo algum esforço - a confirmar pela prática - do Júri Nacional de Exames para mitigar algumas das consequências mais negativas deste processo em comparação com o que estava previsto inicialmente. E é bom ver como o Provedor de Justiça, dentro das suas competências limitadas e circunscritas, é uma instituição que funciona bem e responde em tempo útil. Assim fossem todas.
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5 comentários:
A mudança de escola compreende-se dada a suspeita "vigarice" instalada a nível nacional quer no público quer no privado (não me diga que nunca lhe tinha ocorrido?).
E até percebo os receios quanto à mudança de escola para fazer a prova, etc,etc, mas acho muito bem os putos assinarem sob compromisso de honra que não levam telemoveis p/ o exame, pois estão mais do que em idade para perceber o que assinam.
Se durante a prova sabem mexer no smartphone que os pais compraram a prestações tb percebem o conteudo da declaração.
Para quê voltar a fazer o exame do 4.º ano? (4.ª Classe)?
Creio ser uma questão elitista para fazer sofrer ou recair sobre as crianças e as famílias um ódio que as faça tornar merecedoras por desígnios sobrenaturais e assim aprenderem a sofrer e a serem humildes e lá fundo acenar-lhes com a vida eterna à boa maneira jesuíta-salazarista.
Fiz 2 exames (da 3.ª e 4.ª classe) mas nunca tive condições para poder avançar no estudo e com 12 anos já estava a trabalhar numa fábrica por conta de um patrão e a trabalhar das 9 às 19 de Segunda a Sábado.
É a esse tempo de exploração e de miséria que nos querem conduzir de novo.
Alguém vislumbra outros objectivos?
Dos testes de preparação para o exame de matemática que a minha filha vai realizar na próxima sexta-feira, dia 10 de Maio:
Um pescador sai para faina. Apanhou 20 sardinhas, 34 carapaus e 7 robalos.
Quantos irmãos tem o pescador?
@Ricardo Porto
Uma declaração assinada por uma criança de 9 ou 10 anos, tem o mesmo valor que o papel higiénico da Renova.
As crianças nesta faixa etária têm sim a capacidade de ler, compreender e assinar um documento, para algo que se comprometem a cumprir. Sabem e compreendem coisas bem mais complicadas do que isso.
Se houver adultos que as rodeiem que saibam passar esta informação devidamente, isto não tem problema algum.
Acreditem, nem a prova, nem o facto de terem de se deslocar e assinar um compromisso, é de mais para uma criança de 9 anos.
Se os adultos que as rodeiam perceberem isso, as crianças perceberão melhor ainda.
Em Vila Real, embora os alunos das escolas tenham que se dirigir ao agrupamento e lá fazer o exame, os alunos dos colégios privados, fazem os exames nos colégios, nas suas próprias salas, com os seus próprios professores.
Daí serem sempre top no ranking de escolas.
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