Para que servem as sondagens sobre intenção de voto nos períodos entre-eleições?
Uma coisa para que de certeza não servem é para se dizer, como aqui, que "o Partido Socialista voltaria a ganhar com maioria absoluta as eleições caso estas se realizassem em Abril, se bem que com uma menor vantagem frente ao PSD, revela o Barómetro DN/TSF/Marktest". As versões online das notícias sobre o Barómetro Marktest, quer na TSF quer no DN, são omissas na ficha técnica quanto à percentagem daqueles que não responderam ou disseram não saber em quem votariam, mas é quase certo e sabido que essa percentagem é muito superior à verificada nas sondagens imediatamente antes das eleições. Nestas circunstâncias, dizer-se que "o PS voltaria a ganhar com maioria absoluta" (ou dizer-se o contrário) é pouco menos que absurdo.
Mas isso não quer dizer que estas sondagens sejam inúteis. Por um lado, a comparação ao longo do tempo das intenções de voto, se bem que nada nos diga sobre resultados eleitorais, diz-nos algo sobre tendências de aumento ou diminuição de apoio a estes ou aqueles partidos. Por outro lado, estes dados são relativamente interessantes: poucas semanas depois das eleições de 2002, o PSD já aparecia como derrotado nas sondagens de intenção de voto e a avaliação de Durão Barroso era já predominantemente negativa; contudo, o governo PS já tem "honeymoon period". Se isto significa que os portugueses adoram Sócrates ou se simplesmente significa que preferem que não os aborreçam com política, governos e oposições pelo menos até 2009 é que os números já não esclarecem cabalmente.
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