As sondagens divulgadas ontem, captando os presumíveis efeitos da dramatização final na campanha do referendo francês, relançam a incerteza. O Não vinha em (novo) crescendo desde a 2ª semana de Maio, e as sondagens dos dias 24 a 26 de Maio davam-lhe uma vantagem aparentemente confortável. Mas tudo se desvaneceu no último dia de campanha, com as sondagens TNS Sofres e CSA. Aliás, quem tivesse reparado nas notas de rodapé da última sondagem Ipsos de 25 de Maio não poderia senão ficar com dúvidas. Lá em baixo, em letras pequeninas bem escondidas, dizia-se:
(*) 23% des personnes interrogées, certaines d’aller voter, n’ont pas exprimé d’intention de vote
23% dos que disseram ter a certeza de ir votar não exprimiram intenção de voto. É muito.
É certo que há ainda a sondagem Ifop (56% para o Não) e que, apesar de tudo, o Não é maioritário nas duas restantes. Mas recordem-se de 1992. Na altura, o Sim aparecia com cerca de 53/54% das intenções de voto, e 70% dos eleitores prognosticavam uma vitória do Sim. Acabou o Sim com 51%. Agora, o Não aparece, em média, com 53%, enquanto que 50% dos eleitores prevêem uma vitória do Não (contra apenas 23% a preverem uma vitória do Sim), o que aponta para a possibilidade de uma desmobilização comparativa dos eleitores do Não.
Fifty- fifty. Mais que isto não é possível.
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