O bombyx mori não está convencido que o facto dos eleitores franceses que votaram "Não" o terem feito - à parte de factores conjunturais - na base de uma assumida recusa de uma "Constituição demasiado liberal" (à esquerda) ou da sua oposição à entrada na Turquia na UE (à direita) tenha qualquer espécie de relevância. É possível que não ache que as élites políticas francesas e europeias tenham sequer consciência dessas motivações. E certamente não crê que essas motivações condicionem de alguma forma as decisões que vão ser tomadas no futuro sobre a Constituição Europeia, sobre futuros alargamentos ou sobre as políticas de coesão.
Contudo, pelos vistos, o bombyx mori também não está de acordo com Pacheco Pereira quando este diz que a vitória do Não abre caminho a "repensar-se a União de forma diferente da dos últimos anos, mais democrática, mais solidária, menos ambiciosa e mais prudente". Segundo o bombyx mori, o meu raciocínio "não é menos viciado (ou capcioso)" que o do Pacheco Pereira.
Então o que acha o bombyx mori? Que aquilo que eu escrevi "constitui uma manipulação (porventura inconsciente) travestida de rigor científico (e sobretudo dotada de aparato metodológico) dos dados do Referendo", e que este "abuso analítico" é especialmente grave tendo em conta que eu sou "uma autoridade na matéria, como frequentemente se ouve dizer aos políticos: uma opinião respeitada ou abalizada." Que o meu raciocício - "vamos chamar as coisas pelos nomes, se não se importam" é "viciado" e "capcioso" (malévolo, ardiloso, manhoso). E que "este é um assunto extremamente complexo, que me [lhe] levanta inúmeras questões, tanto de matriz analítica como de posicionamento pessoal. Lastimo não ter no presente tempo para de forma séria as pensar, escrever e verter para o bombyx mori."
Eu também.
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