Como podem ver no Público, os resultados da sondagem de que falei há dias não são muito surpreendentes, especialmente se tivermos em conta os resultados de estudos anteriores. Contudo, os números, se não surpreendem, continuam a impressionar:
- só 16% dos inquiridos afirmam ter alguma vez contactado directamente com um deputado do seu círculo eleitoral;
-mais de metade dos inquiridos afirma não saber o nome de algum deputado ou deputada que tenha sido cabeça de lista por algum partido no seu círculo eleitoral;
- cerca de 75% dos inquiridos afirmam “concordar” ou “concordar completamente” com as afirmações de que “os políticos só estão interessados nos votos das pessoas e não nas opiniões delas” ou que “os partidos criticam-se muito uns aos outros, mas no fundo são todos iguais”;
- 55% dos inquiridos concordam com a ideia de que “sejam quais forem os resultados das eleições, isso acaba por não fazer grande diferença no curso dos acontecimentos”.
A falta de conhecimento de (e contacto com) os deputados por parte dos eleitores leva-nos para uma discussão complicada sobre o sistema eleitoral, para a qual houve mais mais um contributo interessante ontem [se bem que a diferença entre o que sucede em Portugal e o que sucede em sistemas eleitorais onde os deputados são total ou parcialmente eleitos em círculos uninominais seja muito menos dramática do que possa parecer à primeira vista. Ver aqui (.pdf)].
Mas 55% dos eleitores a pensarem que os resultados das eleições não fazem grande diferença no cursos dos acontecimentos... O que impressiona não é tanto a possibilidade dos eleitores estarem enganados. É a possibilidade de que tenham razão.
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