Como prometido, a actualização dos resultados na base dos dados que me foram enviados ontem pela Marktest. Para além disso, incluo uma nova sondagem, de cuja publicação não me tinha apercebido, realizada pela GEMEO/IPAM e publicada no Diário de Coimbra.
A evolução da "poll of polls" (média móvel das últimas três sondagens) fica assim:
Sobre os debates:
1. Sondagem Eurosondagem, Telefónica, 780 entrevistas:
Mário Soares: 25%
Cavaco Silva: 23,7%
Não sabe/Não responde/ não assistiu: 51,3%
2. O post do Bloguítica sobre os debates e as sondagens exprime dúvidas sobre a utilidade da informação sobre o "vencedor" do debate, afirmando que o interessante seria saber "independentemente de quem foi o vencedor, na sequência dos debates, no universo dos sondados, quem é que mudou de orientação de voto? Mudou como? Que percentagem?".
Estou completamente de acordo, como aliás se depreende do que escrevi aqui, aqui e aqui. E para que a sondagem fosse mais útil, nem se tratava exactamente de fazer o que diz aqui o Ivan - "estratificar" a amostra por identificação partidária ou posicionamento ideológico - mas, tão só ... de perguntar qual essa identificação e posicionamento. A partir daí, teria sido possível ficar a conhecer que amostra temos desse ponto de vista, e a forma diferencial como a direita e a esquerda e os eleitores dos diversos partidos viram o debate.
Um exemplo, muito simplista mas que pode servir: estes resultados agregados obtidos na sondagem sobre o "vencedor" do debate podem ter acontecido porque a esmagadora maioria dos eleitores do PS e a maior parte dos eleitores sem identificação partidária ou "centristas" deram a vitória a Mário Soares. Isso significaria um excelente resultado para esse candidato, dado que é esse eleitorado que tem tido dificuldade em hegemonizar (os eleitores do PS, havendo uma parte deles que tem afirmado tencionar votar Cavaco) ou sequer atingir (os eleitores sem simpatias partidárias claras).
Mas os mesmos resultados na sondagem podem ter ocorrido apenas porque os actuais eleitores de Soares e dos restantes candidatos de esquerda deram a vitória a Soares por mera hostilidade genérica a Cavaco, sem que isso implique a capacidade de atingir o eleitorado que pode fazer a diferença. Mas nada sabemos sobre isto, porque a sondagem nada mais perguntou, aparentemente, do que "quem ganhou".
Dito isto, é evidente que o resultado, em si mesmo, enquanto facto político, pode não ser destituído de consequências, servindo potencialmente para galvanizar a candidatura de Soares e os seus apoiantes ou, por exemplo, para aumentar a percepção entre os eleitores de esquerda de que é o único adversário viável de Cavaco (minando assim, especialmente, a candidatura de Alegre). Mas isso seria ainda mais difícil de medir e apreciar.
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