Algumas notas adicionais sobre esta sondagem, aproveitando comentários que já circulam na blogosfera:
1. Quem por aqui passa sabe que raramente cito as sondagens presidenciais que vão sendo divulgadas. Trata-se de uma questão de prudência e nada mais. Não posso, no entanto, deixar de ecoar os resultados da mais recente sondagem DN/TSF que dá 16% a Manuel Alegre e 13% a Mário Soares (Lusa, 20.12.2005).Depois dos polémicos -- ou talvez não, veremos... -- valores da Eurosondagem de Rui Oliveira e Costa, resta aguardar pelos próximos resultados, desta vez julgo que fornecidos pela sondagem da Universidade Católica (in Bloguítica)
Por lapso, o Paulo Gorjão colocou resultados errados no seu post. Os correctos são, arrendondando, 16% para Manuel Alegre e 15% para Mário Soares. Quanto ao resto, não creio que a sondagem da Católica seja a próxima a ser divulgada: em princípio, segundo entendi na SIC Notícias na passada 6ª feira, haverá mais uma sondagem no Expresso no próximo Sábado. E A Católica é depois disso...
2. Os números em bruto desta sondagem mostram uma subida do número de indecisos, que este mês atingem 21,6% dos inquiridos (in Super Mário).
Não creio que esses valores sejam comparáveis aos da sondagem anterior. A sondagem anterior foi feita no quadro do Barómetro Marktest, um inquérito longo que, imagino, gera uma elevada taxa de recusas à partida - recusas de inquiridos em fazerem parte da amostra - e que, por isso, surge com um baixa percentagem de inquiridos "ns/nr" (porque muitos já foram excluídos à partida). Esta sondagem, pelo contrário, parece ser, pela ficha técnica, uma sondagem curta e dedicada exclusivamente ao tema "presidenciais". Isso deverá ter levado a uma maior taxa de resposta ao inquérito mas, depois, a uma comparativamente mais elevada percentagem de inquiridos que recusam responder à pergunta sobre intenção de voto. É a minha suposição, mas só a Marktest poderá responder cabalmente a isto. Já agora, a Marktest, sempre tão certinha na apresentação completa dos resultados brutos, esqueceu-se de o fazer desta vez...
3. Discrepâncias entre sondagens, para aqueles que com elas se inquietam. A minha sugestão é que leiam o que se segue, se puderem várias vezes, e assim escusam de me ouvir perorar novamente - e com muito menos competência - sobre o assunto:
All polls are subject to sampling errors, so two polls taken under identical conditions will vary by a highly predictable amount. That variation depends on the sample size (and sample design) and the variability in the population. Polls also vary due to non-sampling errors. These come from question wording, order of questions in the survey, "house" effects due to different procedures across polling organizations, response errors and "everything else" that can lead to error in a poll. The combination of sampling and non-sampling error is often referred to as "total survey error". The problem is that we have well established formulas for calculating sampling error, but the modeling of non-sampling errors is much harder and lacks the formal properties that sampling errors possess. Sampling error reflects the variation in polls we'd find if there were no non-sampling errors. Total survey error reflects the actual variability we see.
(...)
Every polling organization can produce results that are outliers. What is important is spotting them and putting them in proper perspective. That is far more desirable than suppressing the results or pointing to them as examples of "bias". What matters is performance over the long term, not in any single sample.
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