FG Wahlen, 26 de Maio (telefónica, N=1162)
Quem preferiria como chanceler?
Angela Merkel (CDU): 50%
Gerhard Schroeder (SPD): 44%
CDU/CSU: 44%
SPD: 30%
Verdes: 8%
FDP:6%
PDS:5%
Outros:6%
Avaliação da actuação do governo:
Positiva:30%
Negativa:66%
E para terminar: a pertença à UE traz para a Alemanha:
Mais vantagens que desvantagens: 22%
Tantas vantagens como desvantagens: 45%
Mais desvantagens que vantagens: 29%
terça-feira, maio 31, 2005
For what it's worth...
UK, ICM Research, 22 de Maio:
“If there were a referendum tomorrow, would you vote for Britain to sign up to the European Constitution or not?
Sim: 24%
Não: 57%
Não sabe: 19%
“If there were a referendum tomorrow, would you vote for Britain to sign up to the European Constitution or not?
Sim: 24%
Não: 57%
Não sabe: 19%
Mais Holanda
Polls point to a strong No
Infelizmente, não pertenço à classe, mas os leitores de neerlandês podem entreter-se aqui.
Infelizmente, não pertenço à classe, mas os leitores de neerlandês podem entreter-se aqui.
Holanda, TNS Nipo, 27 Maio
Sim: 41%
Não: 59%
Depois de redistribuídos os indecisos. O Sim está a subir, mas isto foi antes do resultado francês...
Não: 59%
Depois de redistribuídos os indecisos. O Sim está a subir, mas isto foi antes do resultado francês...
segunda-feira, maio 30, 2005
Uma opinião
O blogue não é exactamente para isto, mas não resisto a dizer o que penso sobre os resultados do referendo.
O que tenho a dizer já o tinha dito aqui, e ontem no Público (quando, noto, pensava que a coisa tanto podia pender para o "Não" como para o "Sim"): tenho muitas dúvidas sobre a bondade dos referendos como modo de tomar decisões sobre matérias como esta. Reconheço-lhes virtudes, como, por exemplo, aquela que aqui assinalei: o debate sobre os temas europeus em França foi mais vivo e generalizado do que nunca. E se puxarem muito por mim, até reconheço virtudes ao próprio desfecho substantivo: uma vitória do "Sim" teria sido, em parte, uma vitória de um discurso algo chantagista ("uma Constituição não renegociável", quando nada na política é "não renegociável") e de alguns medos que, eles sim, são o que me metem medo ("a perda de poder da França" e coisas semelhantes).
Contudo, importa não ignorar algumas coisas sobre este resultado. Por um lado, ele é também, em parte, uma vitória de medos, que neste caso encontram a sua expressão no proteccionismo económico (uma Constituição demasiado "liberal"), na intolerância religiosa e no nacionalismo mais primitivo ("não à Turquia"). Lamento imenso, mas a ideia de que a informação que este resultado fornece às elites políticas europeias é a da necessidade de "repensar-se a União de forma diferente da dos últimos anos, mais democrática, mais solidária, menos ambiciosa e mais prudente" parece-me simplesmente cândida. Pacheco Pereira projecta no "Não" as suas próprias motivações, ignorando as motivações reais dos eleitores franceses. Mas as que realmente contam são as deles, e não as dele. A mensagem que o "Não" fornece aos políticos europeus é a de os medos dos franceses terão de ser acomodados de alguma forma no futuro da construção europeia. E eu preferia que (estes) não fossem.
Por outro lado, não se pode ignorar outro aspecto fundamental. O resto da explicação da vitória do "Não" encontra-se em factores como a situação económica e social em França e a percepção por parte de muitos eleitores de que deviam e podiam usar o referendo para sinalizar o seu descontentamento, especialmente quando um governo que defende o "Sim" se encontra na pior fase do ciclo político e quando tantos franceses acham que o resultado não terá grande importância. Sendo assim, percebem-se mal os "pudores democráticos" que fazem com se fique tão chocado quando alguém sugere fazer um novo referendo. Basta que um novo referendo tenha lugar sob um governo socialista no início do seu mandato para que a probabilidade de uma vitória do "Sim" aumente exponencialmente. E então? O que faz com que este "Sim" valha menos ou seja "menos democrático" que o anterior "Não"? Na verdade, ambos são os resultados de uma pura "lotaria eleitoral". É certo que é sempre preciso arranjar uma maneira qualquer de tomar decisões e de lhes dar um verniz de legitimidade democrática, e os referendos servem para o efeito (por enquanto). Mas será a melhor maneira? Duvido.
O que tenho a dizer já o tinha dito aqui, e ontem no Público (quando, noto, pensava que a coisa tanto podia pender para o "Não" como para o "Sim"): tenho muitas dúvidas sobre a bondade dos referendos como modo de tomar decisões sobre matérias como esta. Reconheço-lhes virtudes, como, por exemplo, aquela que aqui assinalei: o debate sobre os temas europeus em França foi mais vivo e generalizado do que nunca. E se puxarem muito por mim, até reconheço virtudes ao próprio desfecho substantivo: uma vitória do "Sim" teria sido, em parte, uma vitória de um discurso algo chantagista ("uma Constituição não renegociável", quando nada na política é "não renegociável") e de alguns medos que, eles sim, são o que me metem medo ("a perda de poder da França" e coisas semelhantes).
Contudo, importa não ignorar algumas coisas sobre este resultado. Por um lado, ele é também, em parte, uma vitória de medos, que neste caso encontram a sua expressão no proteccionismo económico (uma Constituição demasiado "liberal"), na intolerância religiosa e no nacionalismo mais primitivo ("não à Turquia"). Lamento imenso, mas a ideia de que a informação que este resultado fornece às elites políticas europeias é a da necessidade de "repensar-se a União de forma diferente da dos últimos anos, mais democrática, mais solidária, menos ambiciosa e mais prudente" parece-me simplesmente cândida. Pacheco Pereira projecta no "Não" as suas próprias motivações, ignorando as motivações reais dos eleitores franceses. Mas as que realmente contam são as deles, e não as dele. A mensagem que o "Não" fornece aos políticos europeus é a de os medos dos franceses terão de ser acomodados de alguma forma no futuro da construção europeia. E eu preferia que (estes) não fossem.
Por outro lado, não se pode ignorar outro aspecto fundamental. O resto da explicação da vitória do "Não" encontra-se em factores como a situação económica e social em França e a percepção por parte de muitos eleitores de que deviam e podiam usar o referendo para sinalizar o seu descontentamento, especialmente quando um governo que defende o "Sim" se encontra na pior fase do ciclo político e quando tantos franceses acham que o resultado não terá grande importância. Sendo assim, percebem-se mal os "pudores democráticos" que fazem com se fique tão chocado quando alguém sugere fazer um novo referendo. Basta que um novo referendo tenha lugar sob um governo socialista no início do seu mandato para que a probabilidade de uma vitória do "Sim" aumente exponencialmente. E então? O que faz com que este "Sim" valha menos ou seja "menos democrático" que o anterior "Não"? Na verdade, ambos são os resultados de uma pura "lotaria eleitoral". É certo que é sempre preciso arranjar uma maneira qualquer de tomar decisões e de lhes dar um verniz de legitimidade democrática, e os referendos servem para o efeito (por enquanto). Mas será a melhor maneira? Duvido.
Destaques das sondagens à bocas das urnas
É de aproveitar este excelente trabalho da Ipsos. Destaques:
1. Confirma-se clivagem social já aqui assinalada, se bem que as suas razões continuem a não ser evidentes dos dados;
2. 56% dos eleitores próximos do PS votaram "Não". Foi principalmente isto que andou a mudar de sondagem para sondagem. Parte do "Não" decidiu-se aqui.
3. Motivações mais apresentada pelos eleitores para o "Sim": reforço do peso da Europa em relação aos Estados Unidos e à China (64%, atravessando simpatizantes de todos os partidos), funcionamento da Europa a 25 (44% - idem) e evitar enfraquecimento do peso da França na Europa (43% - especialmente entre eleitores UMP);
4. Motivação mais apresentada pelos eleitores para o "Não": "descontentamento com a actual situação económica e social em França"(52%), seguida de "constituição demasiado liberal no plano económico" (40%). Mas aqui, tudo varia de acordo com proximidade partidária. Se o "descontentamento" é forte entre todos (menos os eleitores UMP), o receio do "liberalismo" prevalece à esquerda. E entre os eleitores UMP e FN, a principal motivação de rejeição é "a ocasião de se opor à entrada da Turquia na UE";
5. Largas maiorias dos eleitorados (excepto FN) dizem-se "favoráveis à construção europeia". É bonito, and yet means nothing;
6. 42% dos eleitores UMP querem correr com Raffarin, contra 38% que o querem manter. Dos eleitores dos outros partidos não vale a pena falar. Os eleitores UMP querem...Sarkozy, bien sur.
1. Confirma-se clivagem social já aqui assinalada, se bem que as suas razões continuem a não ser evidentes dos dados;
2. 56% dos eleitores próximos do PS votaram "Não". Foi principalmente isto que andou a mudar de sondagem para sondagem. Parte do "Não" decidiu-se aqui.
3. Motivações mais apresentada pelos eleitores para o "Sim": reforço do peso da Europa em relação aos Estados Unidos e à China (64%, atravessando simpatizantes de todos os partidos), funcionamento da Europa a 25 (44% - idem) e evitar enfraquecimento do peso da França na Europa (43% - especialmente entre eleitores UMP);
4. Motivação mais apresentada pelos eleitores para o "Não": "descontentamento com a actual situação económica e social em França"(52%), seguida de "constituição demasiado liberal no plano económico" (40%). Mas aqui, tudo varia de acordo com proximidade partidária. Se o "descontentamento" é forte entre todos (menos os eleitores UMP), o receio do "liberalismo" prevalece à esquerda. E entre os eleitores UMP e FN, a principal motivação de rejeição é "a ocasião de se opor à entrada da Turquia na UE";
5. Largas maiorias dos eleitorados (excepto FN) dizem-se "favoráveis à construção europeia". É bonito, and yet means nothing;
6. 42% dos eleitores UMP querem correr com Raffarin, contra 38% que o querem manter. Dos eleitores dos outros partidos não vale a pena falar. Os eleitores UMP querem...Sarkozy, bien sur.
Fifty five
Os resultados ainda não são os validados, mas não é de esperar que se desviem particularmente de 55% para o Não e 45% para o Sim. Assim sendo, temos:
1. A TNS Sofres e a CSA teriam feito melhor em não divulgar as sondagens que terminaram a 27, ficando-se pelas que concluiram, respectivamente, nos dias 24 e 26. Ceteris paribus, sondagens conduzidas mais próximo da data das eleições são sempre mais precisas. Mas os ceteris raramente são paribus no mundo real, e as duas sondagens divulgadas na noite de 6ª ficaram fora das margens de erro amostral. É provável apareça alguém a denunciar possíveis tentativas de manipulação do voto de última hora. Duvido muitíssimo, mas se assim foi, fico especialmente aborrecido: eu levei-as muito (demasiado?) a sério.
2. A sondagem Ipsos terminada a 25 de Maio parece ter sido a mais precisa. É certo que a diferença no sentido de maior precisão, quando comparada com a da Ifop, é tão diminuta que pode perfeitamente ser fruto do acaso. E ambas são telefónicas, ambas usaram quotas, ambas têm amostras de dimensão aproximada. O resto, especialmente no que respeita ao apuramento dos prováveis abstencionistas, é menos claro dos relatórios, mas a Ipsos explica que deu as intenções de voto usando o filtro mais exigente: "de certeza que vai votar". Um sinal importante. Mas fico contente se for a Ipsos, por uma razão muito simples: o site da Ipsos.fr deu uma cobertura excelente ao referendo. Bons textos analíticos, relatórios exaustivos e até as sondagens dos outros institutos (nem todas, mas quase...) E poucas horas depois do referendo, uma decomposição completa da sondagem à boca das urnas. Quando se fazem estas coisas tão bem, é natural que se faça bem o resto...
1. A TNS Sofres e a CSA teriam feito melhor em não divulgar as sondagens que terminaram a 27, ficando-se pelas que concluiram, respectivamente, nos dias 24 e 26. Ceteris paribus, sondagens conduzidas mais próximo da data das eleições são sempre mais precisas. Mas os ceteris raramente são paribus no mundo real, e as duas sondagens divulgadas na noite de 6ª ficaram fora das margens de erro amostral. É provável apareça alguém a denunciar possíveis tentativas de manipulação do voto de última hora. Duvido muitíssimo, mas se assim foi, fico especialmente aborrecido: eu levei-as muito (demasiado?) a sério.
2. A sondagem Ipsos terminada a 25 de Maio parece ter sido a mais precisa. É certo que a diferença no sentido de maior precisão, quando comparada com a da Ifop, é tão diminuta que pode perfeitamente ser fruto do acaso. E ambas são telefónicas, ambas usaram quotas, ambas têm amostras de dimensão aproximada. O resto, especialmente no que respeita ao apuramento dos prováveis abstencionistas, é menos claro dos relatórios, mas a Ipsos explica que deu as intenções de voto usando o filtro mais exigente: "de certeza que vai votar". Um sinal importante. Mas fico contente se for a Ipsos, por uma razão muito simples: o site da Ipsos.fr deu uma cobertura excelente ao referendo. Bons textos analíticos, relatórios exaustivos e até as sondagens dos outros institutos (nem todas, mas quase...) E poucas horas depois do referendo, uma decomposição completa da sondagem à boca das urnas. Quando se fazem estas coisas tão bem, é natural que se faça bem o resto...
sábado, maio 28, 2005
Fifty fifty, finalmente
As sondagens divulgadas ontem, captando os presumíveis efeitos da dramatização final na campanha do referendo francês, relançam a incerteza. O Não vinha em (novo) crescendo desde a 2ª semana de Maio, e as sondagens dos dias 24 a 26 de Maio davam-lhe uma vantagem aparentemente confortável. Mas tudo se desvaneceu no último dia de campanha, com as sondagens TNS Sofres e CSA. Aliás, quem tivesse reparado nas notas de rodapé da última sondagem Ipsos de 25 de Maio não poderia senão ficar com dúvidas. Lá em baixo, em letras pequeninas bem escondidas, dizia-se:
(*) 23% des personnes interrogées, certaines d’aller voter, n’ont pas exprimé d’intention de vote
23% dos que disseram ter a certeza de ir votar não exprimiram intenção de voto. É muito.
É certo que há ainda a sondagem Ifop (56% para o Não) e que, apesar de tudo, o Não é maioritário nas duas restantes. Mas recordem-se de 1992. Na altura, o Sim aparecia com cerca de 53/54% das intenções de voto, e 70% dos eleitores prognosticavam uma vitória do Sim. Acabou o Sim com 51%. Agora, o Não aparece, em média, com 53%, enquanto que 50% dos eleitores prevêem uma vitória do Não (contra apenas 23% a preverem uma vitória do Sim), o que aponta para a possibilidade de uma desmobilização comparativa dos eleitores do Não.
Fifty- fifty. Mais que isto não é possível.
(*) 23% des personnes interrogées, certaines d’aller voter, n’ont pas exprimé d’intention de vote
23% dos que disseram ter a certeza de ir votar não exprimiram intenção de voto. É muito.
É certo que há ainda a sondagem Ifop (56% para o Não) e que, apesar de tudo, o Não é maioritário nas duas restantes. Mas recordem-se de 1992. Na altura, o Sim aparecia com cerca de 53/54% das intenções de voto, e 70% dos eleitores prognosticavam uma vitória do Sim. Acabou o Sim com 51%. Agora, o Não aparece, em média, com 53%, enquanto que 50% dos eleitores prevêem uma vitória do Não (contra apenas 23% a preverem uma vitória do Sim), o que aponta para a possibilidade de uma desmobilização comparativa dos eleitores do Não.
Fifty- fifty. Mais que isto não é possível.
sexta-feira, maio 27, 2005
Atenção!
TNS Sofres, 26 e 27 de Maio
Sim: 49%
Não:51%
CSA, 26 e 27 de Maio(pdf)
Sim: 48%
Não: 52%
Ifop, 26 e 27 de Maio
Sim: 44%
Não: 56%
São, que eu saiba, as únicas sondagens a poderem captar os efeitos do discurso ao país de Jacques Chirac. Duas mostram recuperação de última hora do "Sim", enquanto que outra mostra o "Não" a subir. Está mesmo tudo em aberto.
Sim: 49%
Não:51%
CSA, 26 e 27 de Maio(pdf)
Sim: 48%
Não: 52%
Ifop, 26 e 27 de Maio
Sim: 44%
Não: 56%
São, que eu saiba, as únicas sondagens a poderem captar os efeitos do discurso ao país de Jacques Chirac. Duas mostram recuperação de última hora do "Sim", enquanto que outra mostra o "Não" a subir. Está mesmo tudo em aberto.
França, últimas sondagens
É possível que ainda se conheçam outros resultados até ao fim do dia, mas para já, estas são as sondagens conhecidas:
TNS Sofres, 24 Maio (quotas, 1000 inquiridos, face-a-face):
Sim: 46%
Não: 54%
Ipsos, 25 Maio (quotas, 804 inquiridos, telefone):
Sim: 45%
Não: 55%
CSA, 26 Maio (quotas, 1002 inquiridos, telefone):
Sim: 45%
Não: 55%
Há um reforço consistente no Não em relação às sondagens anteriores de cada um dos institutos, e a vantagem do Não é superior às margens de erro amostrais.
TNS Sofres, 24 Maio (quotas, 1000 inquiridos, face-a-face):
Sim: 46%
Não: 54%
Ipsos, 25 Maio (quotas, 804 inquiridos, telefone):
Sim: 45%
Não: 55%
CSA, 26 Maio (quotas, 1002 inquiridos, telefone):
Sim: 45%
Não: 55%
Há um reforço consistente no Não em relação às sondagens anteriores de cada um dos institutos, e a vantagem do Não é superior às margens de erro amostrais.
quarta-feira, maio 25, 2005
Holanda
TNS Nipo, 18 de Maio
Sim: 33%
Não: 66%
Mas isto é só entre quem já tem intenção de voto. 35% ainda não sabem como irão votar (!) e 10% não respondem.
Volto Sábado, com a análise das sondagens da próxima 6ª feira em França.
Sim: 33%
Não: 66%
Mas isto é só entre quem já tem intenção de voto. 35% ainda não sabem como irão votar (!) e 10% não respondem.
Volto Sábado, com a análise das sondagens da próxima 6ª feira em França.
Os sondagistas franceses divertem-se
Question : Laquelle de ces personnalités, selon vous, incarnerait le mieux l’image de l’Europe dans le monde et dans les différents pays européens?
Sophie Marceau (France): 32%
Monica Belucci (Italie):16%
Adriana Karembeu (Slovaquie):14%
Cécile de France (Belgique): 4%
Pénélope Cruz (Espagne): 4%
Claudia Schiffer (Allemagne): 4%
Fonte: TNS Sofres
Sophie Marceau (France): 32%
Monica Belucci (Italie):16%
Adriana Karembeu (Slovaquie):14%
Cécile de France (Belgique): 4%
Pénélope Cruz (Espagne): 4%
Claudia Schiffer (Allemagne): 4%
Fonte: TNS Sofres
terça-feira, maio 24, 2005
Mais uma
Ifop, 23 de Maio
Sim: 46%
Não: 54%
8% de indecisos
O "Sim" perde força entre o eleitorado de direita:
Sim: 46%
Não: 54%
8% de indecisos
O "Sim" perde força entre o eleitorado de direita:
Odivelas
Há muitos posts atrás, falei aqui de uma sondagem feita em Odivelas, depois de ter sido alertado por um leitor. Vale a pena ler esta deliberação da AACS sobre o assunto. Um excerto particularmente comovente:
Assevera que só após a recepção do ofício desta Alta Autoridade se perceberam de que há legislação sobre sondagens, facto que “completamente” desconheciam. Não obstante, aduz que antes da realização da “sondagem” tentaram, em vão, colher informações, junto do Instituto de Comunicação Social, sobre a legislação relativa a “este tipo de perguntas”. Quanto ao questionário escreve: “as três forças políticas, sobre as quais incidiam as perguntas, apenas nos alertaram para o facto de um dos partidos não ter candidato e isso influir no resultado, e pouco mais“. Para repetir que só após a recepção da carta da Alta Autoridade se aperceberam de que havia legislação “sobre este tipo de matérias”. A terminar, reitera a ignorância da legislação sobre sondagens, garante que não a voltarão a violar e afirma disponibilidade para publicar as rectificações que a Alta Autoridade para a Comunicação Social entender.
Assevera que só após a recepção do ofício desta Alta Autoridade se perceberam de que há legislação sobre sondagens, facto que “completamente” desconheciam. Não obstante, aduz que antes da realização da “sondagem” tentaram, em vão, colher informações, junto do Instituto de Comunicação Social, sobre a legislação relativa a “este tipo de perguntas”. Quanto ao questionário escreve: “as três forças políticas, sobre as quais incidiam as perguntas, apenas nos alertaram para o facto de um dos partidos não ter candidato e isso influir no resultado, e pouco mais“. Para repetir que só após a recepção da carta da Alta Autoridade se aperceberam de que havia legislação “sobre este tipo de matérias”. A terminar, reitera a ignorância da legislação sobre sondagens, garante que não a voltarão a violar e afirma disponibilidade para publicar as rectificações que a Alta Autoridade para a Comunicação Social entender.
Autárquicas
Alertado pelo Esquerdices, chego a um conjunto de sondagens Marktest sobre os candidatos que os eleitores acham que vão ganhar as eleições: Carrilho em Lisboa, Seara em Sintra, Rio no Porto, todos por margens consideráveis e com nunca menos de 20% de respostas "não sabe".
Interessante. Mas claro, não susceptível de ser confundido com intenções de voto (ver esta deliberação da AACS). Nas últimas legislativas, mais de 70% dos portugueses "sabiam" que o PS ia ganhar, o que não significa que nele votassem. E notem: a amostra é nacional. Ou seja, estas são as opiniões dos eleitores portugueses sobre o que se vai passar em cada um dos concelhos, não as dos eleitores de cada concelho. É, para já, uma medida do "clima político" apercebido pelos portugueses em relação a cada um dos concelhos, e muito contaminada pela visibilidade pública dos candidatos, nuns casos, e pela "incumbency", noutros.
Interessante. Mas claro, não susceptível de ser confundido com intenções de voto (ver esta deliberação da AACS). Nas últimas legislativas, mais de 70% dos portugueses "sabiam" que o PS ia ganhar, o que não significa que nele votassem. E notem: a amostra é nacional. Ou seja, estas são as opiniões dos eleitores portugueses sobre o que se vai passar em cada um dos concelhos, não as dos eleitores de cada concelho. É, para já, uma medida do "clima político" apercebido pelos portugueses em relação a cada um dos concelhos, e muito contaminada pela visibilidade pública dos candidatos, nuns casos, e pela "incumbency", noutros.
Ipsos, 21 de Maio
Sim: 47%
Não: 53%
E uma revolução em relação aos estudos anteriores no que diz respeito aos prognósticos dos eleitores sobre quem irá ganhar: segundo a Ipsos, 41% já acham que o "Não" irá ganhar, contra 34% que prevêm vitória do "Sim".
Não: 53%
E uma revolução em relação aos estudos anteriores no que diz respeito aos prognósticos dos eleitores sobre quem irá ganhar: segundo a Ipsos, 41% já acham que o "Não" irá ganhar, contra 34% que prevêm vitória do "Sim".
segunda-feira, maio 23, 2005
França, análises complementares
Mais alguns dados retirados das últimas sondagens:
1. Eleitorado do Partido Socialista francês partido ao meio em torno do referendo ao TCE;
2. Ligeira tendência para que os eleitores "Não" se afirmem estar mais certos de que essa será a sua decisão definitiva, especialmente nas sondagens mais recentes, indicando potencial maior desmobilização entre eleitores do "Sim" (mas a sondagem Louis-Harris dá resultados inversos...);
3. Inclinações dos indecisos distribuem-se equitativamente para o "Sim" e o "Não" (entre os indecisos que dizem ter uma qualquer inclinação);
4. Mais eleitores a preverem a vitória do "Sim" do que aqueles que prevêm a vitória do "Não" (relação de quase 2 para 1);
5. Uma aparente clivagem social em torno do tema: proprietários, indivíduos mais instruídos e com estatuto socio-profissional mais elevado estão desproporcionalmente a favor do "Sim", enquanto que os empregados da indústria e dos serviços e aqueles com menor instrução estão desproporcionalmente a favor do "Não". Mas importa dizer que isto coincide com uma clivagem ainda mais clara, aquela entre eleitores dos partidos do governo e eleitores dos partidos da oposição em França. Pelo que é difícil saber, olhando apenas para dados agregados, se essa clivagem social é real (traduz uma clivagem entre "vencedores" ou "beneficiários" sociais da integração contra os outros) ou, pelo contrário, mera função dos alinhamentos partidários (e o que eles significam de apoio versus punição do governo);
6. Católicos tendencialmente a favor do "Sim", e tanto mais quanto mais praticantes. Curioso, tendo em conta as animadas polémicas sobre a "herança cristã". Mas também aqui se aplicam as cautelas do ponto 5.
Prognóstico: reservado.
1. Eleitorado do Partido Socialista francês partido ao meio em torno do referendo ao TCE;
2. Ligeira tendência para que os eleitores "Não" se afirmem estar mais certos de que essa será a sua decisão definitiva, especialmente nas sondagens mais recentes, indicando potencial maior desmobilização entre eleitores do "Sim" (mas a sondagem Louis-Harris dá resultados inversos...);
3. Inclinações dos indecisos distribuem-se equitativamente para o "Sim" e o "Não" (entre os indecisos que dizem ter uma qualquer inclinação);
4. Mais eleitores a preverem a vitória do "Sim" do que aqueles que prevêm a vitória do "Não" (relação de quase 2 para 1);
5. Uma aparente clivagem social em torno do tema: proprietários, indivíduos mais instruídos e com estatuto socio-profissional mais elevado estão desproporcionalmente a favor do "Sim", enquanto que os empregados da indústria e dos serviços e aqueles com menor instrução estão desproporcionalmente a favor do "Não". Mas importa dizer que isto coincide com uma clivagem ainda mais clara, aquela entre eleitores dos partidos do governo e eleitores dos partidos da oposição em França. Pelo que é difícil saber, olhando apenas para dados agregados, se essa clivagem social é real (traduz uma clivagem entre "vencedores" ou "beneficiários" sociais da integração contra os outros) ou, pelo contrário, mera função dos alinhamentos partidários (e o que eles significam de apoio versus punição do governo);
6. Católicos tendencialmente a favor do "Sim", e tanto mais quanto mais praticantes. Curioso, tendo em conta as animadas polémicas sobre a "herança cristã". Mas também aqui se aplicam as cautelas do ponto 5.
Prognóstico: reservado.
França, a uma semana do referendo
1. Saiu mais uma sondagem, da Louis-Harris, com último dia de trabalho de campo a 21:
Sim: 48%
Não: 52%
Nada de novo em relação a todas as sondagens mais recentes dos restantes institutos: depois da recuperação do "Sim" na 1ª metade de Maio, o "Não" volta a ganhar ascendência.
2. Percentagens do "Não" nas sondagens mais recentes:
- Sofres, 12 de Maio (face-a-face, quotas, 1000 inquiridos): 53%
- IFOP, 13 de Maio (telefone, quotas, 1018 inquiridos): 54%
- Ipsos, 14 de Maio (telefone, quotas, 972 inquiridos): 51%
- CSA, 16 de Maio (telefone, quotas, 1002 inquiridos): 51%
- BVA, 20 de Maio (telefone, quotas, 963 inquiridos): 53%
- Louis-Harris, 21 de Maio (telefone, quotas, 1006 inquiridos): 52%
Perturba um pouco a unanimidade na utilização de quotas, podendo constituir fonte de enviesamento oculto. Mas não há diferença significativa entre uso de telefone e face-a-face.
3. Poll of polls (média móvel das 3 sondagens mais recentes):
4. Outros dados interessantes:
- Fica a impressão que o tipo de dramatização feita pelo lado do "Sim" ("não será possível rever esta Constituição") funciona ao contrário: a maioria dos eleitores "Sim" crê que a Constituição poderá ser revista num futuro próximo, enquanto que os do "Não" pensam o oposto (Louis-Harris);
- A evolução dos dados é diferente da de 1992: em 1992, o Sim estava à frente nas sondagens das últimas semanas, se bem que por margens reduzidas;
- Nunca se falou ou debateu tanto sobre temas europeus em França: ver aqui (pdf). Um ponto a favor dos defensores dos referendos.
-
Sim: 48%
Não: 52%
Nada de novo em relação a todas as sondagens mais recentes dos restantes institutos: depois da recuperação do "Sim" na 1ª metade de Maio, o "Não" volta a ganhar ascendência.
2. Percentagens do "Não" nas sondagens mais recentes:
- Sofres, 12 de Maio (face-a-face, quotas, 1000 inquiridos): 53%
- IFOP, 13 de Maio (telefone, quotas, 1018 inquiridos): 54%
- Ipsos, 14 de Maio (telefone, quotas, 972 inquiridos): 51%
- CSA, 16 de Maio (telefone, quotas, 1002 inquiridos): 51%
- BVA, 20 de Maio (telefone, quotas, 963 inquiridos): 53%
- Louis-Harris, 21 de Maio (telefone, quotas, 1006 inquiridos): 52%
Perturba um pouco a unanimidade na utilização de quotas, podendo constituir fonte de enviesamento oculto. Mas não há diferença significativa entre uso de telefone e face-a-face.
3. Poll of polls (média móvel das 3 sondagens mais recentes):
4. Outros dados interessantes:
- Fica a impressão que o tipo de dramatização feita pelo lado do "Sim" ("não será possível rever esta Constituição") funciona ao contrário: a maioria dos eleitores "Sim" crê que a Constituição poderá ser revista num futuro próximo, enquanto que os do "Não" pensam o oposto (Louis-Harris);
- A evolução dos dados é diferente da de 1992: em 1992, o Sim estava à frente nas sondagens das últimas semanas, se bem que por margens reduzidas;
- Nunca se falou ou debateu tanto sobre temas europeus em França: ver aqui (pdf). Um ponto a favor dos defensores dos referendos.
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domingo, maio 22, 2005
Holanda
Há quem não tenha dado por isso, mas dia 1 há outro referendo sobre a Constituição Europeia, na Holanda. Não falei nisso porque não tenho acesso directo aos dados de sondagens, mas...
Three days after French referendum, Dutch could also reject EU constitution
21/05/2005
The outcome of the Dutch referendum on the European Union constitution is just as uncertain as the outcome of the French vote three days earlier with voters using the referendum to show their discontent with their government, the euro and the EU's expansion.
Although initial polls showed the 'yes' in the lead since one month the different surveys have showed that the Netherlands, one of the founding members of the European Union, could vote against the EU constitution in the consultative referendum set for June 1.
This weekend, two new polls showed the 'no' campaign ahead. An Internet survey of 2,500 people by well known pollster Maurice the Hond found that among voters who had already made up their minds 60 percent planned to vote against the EU constitution, while 40 percent said they would vote in favor.
Another poll by the NSS-Interview institute released late Friday found 63 percent of those surveyed were against the treaty, while 37 percent were in the 'yes' camp.
After a slow and uninspired start of the campaign the Dutch government is now pulling out all the stops to try to reverse the negative trend.
Recalling the Holocaust and World War II Dutch Christian Democrat Prime Minister Jan Peter Balkenende told voters that the constitution was the way to peace and preserving civilisation.
Justice Minister Piet Hein Donner warned of "Balkanisation", referring to the bloody wars in the former Yugoslavia, if the Dutch said no while Foreign Affairs Minister Ben Bot warned that a 'no' vote would have disastrous results for the Dutch economy.
Dutch Deputy Minister for European Affairs Atzo Nicolai suddenly set aside an additional 3.5 million euros to send out government flyers and make television commercials encouraging people to vote yes.
"The government is very motivated, we are in the final phase and we will do what we can to get the 'yes'," Balkenende said Friday just ten days before the referendum.
It is unclear if this sudden surge in the government's yes campaign can reverse the tide in the Netherlands. The referendum is the first ever national referendum in Dutch modern history and many Dutch voters see it as an opportunity to show their discontent with the European Union in general, their worries about Islam and the accession of Turkey to the European Union and their opposition to the current centre-right government.
Approval for Balkenende's government is a dismal 19 percent. A survey published Wednesday showed that one in four people who planned to vote 'no' explained their decision as a general defiance against the government.
More than half, 52.3 percent, of the 'no' camp in the survey of 1,338 people commissioned by Dutch news agency GPD, said they wanted to block Turkey's EU bid. Also 55 percent questioned said they would vote no because they want to protest the introduction of the euro and the following widely perceived price hikes.
"The fear of the different and the unknown play an important role" in the Dutch 'no' camp, Johan Huizinga, a political analyst for Radio Netherlands, told AFP.
The Dutch fear that the text of the constitution could touch the Dutch so-called sacred cows such as same-sex marriages, legal euthanasia and the decriminalization of cannabis.
In an interview published Friday Balkenende tried to allay the fears of the voters.
"Subjects such as soft drugs, euthanasia and abortion will remain national issues, nothing is dictated by Brussels," he told De Volkskrant newspaper.
Despite the polls showing the 'no' voters in the lead Balkenende says he remains optimistic.
"I'm putting my money on the 'yes' vote," he said.
The Dutch referendum is non-binding but the main political parties have said they will take it into account when the text comes up for parliamentary approval if the turn-out is over 30 percent.
Three days after French referendum, Dutch could also reject EU constitution
21/05/2005
The outcome of the Dutch referendum on the European Union constitution is just as uncertain as the outcome of the French vote three days earlier with voters using the referendum to show their discontent with their government, the euro and the EU's expansion.
Although initial polls showed the 'yes' in the lead since one month the different surveys have showed that the Netherlands, one of the founding members of the European Union, could vote against the EU constitution in the consultative referendum set for June 1.
This weekend, two new polls showed the 'no' campaign ahead. An Internet survey of 2,500 people by well known pollster Maurice the Hond found that among voters who had already made up their minds 60 percent planned to vote against the EU constitution, while 40 percent said they would vote in favor.
Another poll by the NSS-Interview institute released late Friday found 63 percent of those surveyed were against the treaty, while 37 percent were in the 'yes' camp.
After a slow and uninspired start of the campaign the Dutch government is now pulling out all the stops to try to reverse the negative trend.
Recalling the Holocaust and World War II Dutch Christian Democrat Prime Minister Jan Peter Balkenende told voters that the constitution was the way to peace and preserving civilisation.
Justice Minister Piet Hein Donner warned of "Balkanisation", referring to the bloody wars in the former Yugoslavia, if the Dutch said no while Foreign Affairs Minister Ben Bot warned that a 'no' vote would have disastrous results for the Dutch economy.
Dutch Deputy Minister for European Affairs Atzo Nicolai suddenly set aside an additional 3.5 million euros to send out government flyers and make television commercials encouraging people to vote yes.
"The government is very motivated, we are in the final phase and we will do what we can to get the 'yes'," Balkenende said Friday just ten days before the referendum.
It is unclear if this sudden surge in the government's yes campaign can reverse the tide in the Netherlands. The referendum is the first ever national referendum in Dutch modern history and many Dutch voters see it as an opportunity to show their discontent with the European Union in general, their worries about Islam and the accession of Turkey to the European Union and their opposition to the current centre-right government.
Approval for Balkenende's government is a dismal 19 percent. A survey published Wednesday showed that one in four people who planned to vote 'no' explained their decision as a general defiance against the government.
More than half, 52.3 percent, of the 'no' camp in the survey of 1,338 people commissioned by Dutch news agency GPD, said they wanted to block Turkey's EU bid. Also 55 percent questioned said they would vote no because they want to protest the introduction of the euro and the following widely perceived price hikes.
"The fear of the different and the unknown play an important role" in the Dutch 'no' camp, Johan Huizinga, a political analyst for Radio Netherlands, told AFP.
The Dutch fear that the text of the constitution could touch the Dutch so-called sacred cows such as same-sex marriages, legal euthanasia and the decriminalization of cannabis.
In an interview published Friday Balkenende tried to allay the fears of the voters.
"Subjects such as soft drugs, euthanasia and abortion will remain national issues, nothing is dictated by Brussels," he told De Volkskrant newspaper.
Despite the polls showing the 'no' voters in the lead Balkenende says he remains optimistic.
"I'm putting my money on the 'yes' vote," he said.
The Dutch referendum is non-binding but the main political parties have said they will take it into account when the text comes up for parliamentary approval if the turn-out is over 30 percent.
Mais resultados, França
BVA, 20 Maio
Sim: 47%
Não: 53%
Este era o instituto que faltava. Amanhã, análise mais detalhada.
Sim: 47%
Não: 53%
Este era o instituto que faltava. Amanhã, análise mais detalhada.
terça-feira, maio 17, 2005
Oops
Parece que, ao contrário do que eu sugeria, o Sr. Giacometti tinha razão em dar importância às "pequenas flutuações" que encontrou na sondagem IPSOS. Isto porque:
IFOP, 13 Maio
Sim: 47%
Não: 53%
CSA, 16 Maio
Sim: 49%
Não: 51%
Há poucas dúvidas, depois destas últimas sondagens, que a balança se voltou a desequilibrar a favor do Não...
IFOP, 13 Maio
Sim: 47%
Não: 53%
CSA, 16 Maio
Sim: 49%
Não: 51%
Há poucas dúvidas, depois destas últimas sondagens, que a balança se voltou a desequilibrar a favor do Não...
Sampaio e o referendo à despenalização do aborto
Por distracção, não tinha dado por esta sondagem. Aqui está. "Vale o que vale" (só Lisboa e Porto), mas valerá certamente alguma coisa. E com alguns resultados curiosos na desagregação por classes sociais.
Lisboetas e portuenses concordam com Sampaio
12 Maio 2005
Marktest.com
A maioria dos lisboetas e portuenses, inquiridos pelo Fonebus da Marktest em exclusivo para a Marktest.com Notícias, concordam com a decisão de Jorge Sampaio em não realizar em Julho o referendo sobre o aborto.
O Fonebus da Marktest realizou para a Marktest.com Notícias uma sondagem de opinião acerca das decisões de Jorge Sampaio a propósito do referendo sobre o aborto. Sabendo que o Presidente da República tomou a decisão de não realizar o referendo sobre o aborto em Julho deste ano, em virtude de se tratar de um mês em que muitos portugueses já se encontram de férias, perguntou-se aos residentes nas regiões da Grande Lisboa e do Grande Porto, com mais de 18 anos, se concordavam ou não com essa decisão.
Dos inquiridos, 65.2% concordou com a decisão do Presidente da República, 21.1% discordou e 13.7% não expressou opinião.
Ainda que em todas as faixas etárias se tenha verificado concordância com a decisão de Jorge Sampaio, ela foi mais notória nos indivíduos entre os 55 e os 64 anos (81.1% concordou e 13.5% não concordou). A população mais jovem (entre os 18 e os 24 anos), foi aquela onde as opiniões se dividiram um pouco mais: 52.8% concordou e 33.3% discordou. Na faixa etária mais idosa (65 anos e mais) foi onde surgiu maior percentagem de dúvidas: 30% não soube responder à questão.
Por outro lado, a concordância com a decisão do Presidente da República diminui à medida em que se passa das classes alta e média alta (A/B) para as média baixa e baixa (C2/D), como se pode observar no gráfico abaixo. Efectivamente, nas classes mais elevadas, 75.8% concorda com a não realização do referendo sobre o aborto em Julho, enquanto que nas classes mais baixas apenas 55.8% concorda com esta decisão.
Lisboetas e portuenses concordam com Sampaio
12 Maio 2005
Marktest.com
A maioria dos lisboetas e portuenses, inquiridos pelo Fonebus da Marktest em exclusivo para a Marktest.com Notícias, concordam com a decisão de Jorge Sampaio em não realizar em Julho o referendo sobre o aborto.
O Fonebus da Marktest realizou para a Marktest.com Notícias uma sondagem de opinião acerca das decisões de Jorge Sampaio a propósito do referendo sobre o aborto. Sabendo que o Presidente da República tomou a decisão de não realizar o referendo sobre o aborto em Julho deste ano, em virtude de se tratar de um mês em que muitos portugueses já se encontram de férias, perguntou-se aos residentes nas regiões da Grande Lisboa e do Grande Porto, com mais de 18 anos, se concordavam ou não com essa decisão.
Dos inquiridos, 65.2% concordou com a decisão do Presidente da República, 21.1% discordou e 13.7% não expressou opinião.
Ainda que em todas as faixas etárias se tenha verificado concordância com a decisão de Jorge Sampaio, ela foi mais notória nos indivíduos entre os 55 e os 64 anos (81.1% concordou e 13.5% não concordou). A população mais jovem (entre os 18 e os 24 anos), foi aquela onde as opiniões se dividiram um pouco mais: 52.8% concordou e 33.3% discordou. Na faixa etária mais idosa (65 anos e mais) foi onde surgiu maior percentagem de dúvidas: 30% não soube responder à questão.
Por outro lado, a concordância com a decisão do Presidente da República diminui à medida em que se passa das classes alta e média alta (A/B) para as média baixa e baixa (C2/D), como se pode observar no gráfico abaixo. Efectivamente, nas classes mais elevadas, 75.8% concorda com a não realização do referendo sobre o aborto em Julho, enquanto que nas classes mais baixas apenas 55.8% concorda com esta decisão.
França, referendo: início da campanha oficial (actualizado)
Sofres, 12 de Maio:
Sim: 47%
Não: 53%
IPSOS, 14 de Maio:
Sim: 49%
Não: 51%
A ler com atenção: este texto de Pierre Giacometti, director da IPSOS, onde se desenvolve muito bem um argumento já adiantado aqui:
La victoire du Oui conserve en revanche très nettement la faveur du pronostic. Mais cette combinaison contradictoire du souhait et du pronostic constitue un sérieux handicap pour les partisans du Oui : elle présente le risque d'empêcher la construction d'une nouvelle et dernière dynamique de victoire dans les derniers jours de campagne.
Mas onde também, a meu ver, se retiram demasiadas interpretações daquilo que são pequenas flutuações percentuais:
C'est bien la troisième inversion de tendance qui se dessine dans cette dixième vague de l'Observatoire Ipsos. Initiée il y a une semaine lorsque le Non avait été crédité d'une poussée de trois points lui permettant de faire jeu égal avec le Oui, la progression se confirme aujourd'hui : à gauche comme à droite, le Non a encore gagné du terrain. Le gain est de deux points au sein de l'électorat socialiste, où le rapport de force apparaît, à quinze jours du scrutin, parfaitement équilibré. L'évolution est encore plus nette auprès des sympathisants UMP-UDF. En progressant de 4 points, le Non atteint 28% d'intentions de vote, contre 72% au Oui. A l'extrême gauche comme à l'extrême droite, le Non est massif et définitif.
Sim: 47%
Não: 53%
IPSOS, 14 de Maio:
Sim: 49%
Não: 51%
A ler com atenção: este texto de Pierre Giacometti, director da IPSOS, onde se desenvolve muito bem um argumento já adiantado aqui:
La victoire du Oui conserve en revanche très nettement la faveur du pronostic. Mais cette combinaison contradictoire du souhait et du pronostic constitue un sérieux handicap pour les partisans du Oui : elle présente le risque d'empêcher la construction d'une nouvelle et dernière dynamique de victoire dans les derniers jours de campagne.
Mas onde também, a meu ver, se retiram demasiadas interpretações daquilo que são pequenas flutuações percentuais:
C'est bien la troisième inversion de tendance qui se dessine dans cette dixième vague de l'Observatoire Ipsos. Initiée il y a une semaine lorsque le Non avait été crédité d'une poussée de trois points lui permettant de faire jeu égal avec le Oui, la progression se confirme aujourd'hui : à gauche comme à droite, le Non a encore gagné du terrain. Le gain est de deux points au sein de l'électorat socialiste, où le rapport de force apparaît, à quinze jours du scrutin, parfaitement équilibré. L'évolution est encore plus nette auprès des sympathisants UMP-UDF. En progressant de 4 points, le Non atteint 28% d'intentions de vote, contre 72% au Oui. A l'extrême gauche comme à l'extrême droite, le Non est massif et définitif.
sexta-feira, maio 13, 2005
França, Sofres, 10 de Maio (último dia trabalho de campo)
Sim: 52%
Não: 48%
Segundo os dados da Sofres, está criada em França uma clivagem social clara em torno da Europa:
Sociologiquement, le oui reste fort chez les cadres et professions libérales. Le non obtient 65% chez les ouvriers mais le oui est majoritaire chez les employés et les professions intermédiaires.
A evolução da poll of polls fica assim:
Não: 48%
Segundo os dados da Sofres, está criada em França uma clivagem social clara em torno da Europa:
Sociologiquement, le oui reste fort chez les cadres et professions libérales. Le non obtient 65% chez les ouvriers mais le oui est majoritaire chez les employés et les professions intermédiaires.
A evolução da poll of polls fica assim:
quinta-feira, maio 12, 2005
Elogios involuntários
No in tenui labor:
Ah, que bom, férias... Tempo de descanso, paz, fruição do belo, do sublime, exploração dos sentidos, na primavera soalheira e morna, só perturbada pelo êxtase inebriante de milhares de animais, cheiros e sons. Como é bom ter férias, vacances e hollidays.
Mas não é assim. Ao contrário das férias idílicas num local paradiasíaco longe desta civilização que cheira a mofo, encontro-me justamente no local mais mofo da mofa cidade, com pessoas mofas que dizem coisas mofas. Ronald Inglehart, Robert Putnam, Pipa Norris, Hans-Dieter Klingemann, José Machado Pais, Alain Touraine, Gilles Lipovetsky, Dalton, Wattenberg, Jurgen Habermas, Boaventura Sousa Santos, André Freire , Pedro Magalhães, Manuel Castells, Bernard Manin, Anthony Giddens, entre outros.
Um desabafo...
à la prochaine!
Para o elogio ser perfeito, dispensava o Lipovetsky, só queria o Giddens e algum Boaventura anteriores aos anos 90, tirava para aí uma em cada duas páginas do Castells e punha outro "p" em Pippa. De resto, muitíssimo obrigado.
Ah, que bom, férias... Tempo de descanso, paz, fruição do belo, do sublime, exploração dos sentidos, na primavera soalheira e morna, só perturbada pelo êxtase inebriante de milhares de animais, cheiros e sons. Como é bom ter férias, vacances e hollidays.
Mas não é assim. Ao contrário das férias idílicas num local paradiasíaco longe desta civilização que cheira a mofo, encontro-me justamente no local mais mofo da mofa cidade, com pessoas mofas que dizem coisas mofas. Ronald Inglehart, Robert Putnam, Pipa Norris, Hans-Dieter Klingemann, José Machado Pais, Alain Touraine, Gilles Lipovetsky, Dalton, Wattenberg, Jurgen Habermas, Boaventura Sousa Santos, André Freire , Pedro Magalhães, Manuel Castells, Bernard Manin, Anthony Giddens, entre outros.
Um desabafo...
à la prochaine!
Para o elogio ser perfeito, dispensava o Lipovetsky, só queria o Giddens e algum Boaventura anteriores aos anos 90, tirava para aí uma em cada duas páginas do Castells e punha outro "p" em Pippa. De resto, muitíssimo obrigado.
quarta-feira, maio 11, 2005
Voodoo?
Neste post, apontei o facto de as sondagens anteriores às sondagens "do dia" no Reino Unido terem muito maiores discrepâncias entre si do que as seguintes. E sugeri que isso podia ter a ver com três coisas:
1. Acaso;
2. Mudança da própria realidade que estava a ser descrita, anulando efeitos da variação a nível metodológico;
3. Ajustamento "indutivo" de expectativas.
Agora, um novo elemento: segundo este site, os números brutos obtidos pelas sondagens ICM e Populus davam margens muito maiores aos Trabalhistas dos que aqueles que as sondagens acabaram por dar nas suas sondagens finais e do que aqueles que acabaram por ser os resultados reais.
Ora bem. Isto é um bocado perturbante. O que é perturbante não é o facto de os números brutos serem diferentes dos números "projectados". Todas as sondagens fazem escolhas quanto ao tratamento dos dados obtidos, escolhas que visam corrigir uma série de problemas conhecidos dos processos de amostragem e inquirição: distorções entre características da amostra e características conhecidas da população; efeitos de não-resposta e recusa; efeitos do inquérito; ocultação de real intenção de ir ou não votar ou de votar neste ou naquele partido, etc.
O que é perturbante é que os resultados obtidos de uma amostra sejam tão diferentes daqueles que depois resultam dos tratamentos. Se eles são assim tão diferentes, isto significa que as pressuposições acerca daquele que é e será o comportamento dos eleitores e a sua relação com características dos inquiridos pesam tanto ou mais nas inferências que se fazem acerca da população do que a própria amostra. E se isto é assim, para quê fazer sondagens de intenção de voto? Não será preferível fazer "forecasting" na base de resultados eleitorais anteriores e de factores de previsão (economia, popularidade de líderes)?
E se as pressuposições pesam assim tanto, não se levanta a suspeita de que a convergência entre resultados de sondagens nas últimas eleições inglesas (e já agora, as portuguesas) resulte muito menos de escolhas metodológicas do que de "um bom palpite" (mesmo que o palpite seja um palpite sobre que "contas" hei-de eu fazer para que os dados brutos se convertam "naquilo que eu espero que aconteça"?).
Não é, repito, uma questão de "honestidade", mas sim uma questão de sabermos para que servem as sondagens, o que elas realmente nos dizem e como são feitas. "Ciência" ou "voodoo"?
E notem: eu ficava muito menos preocupado se, com ou sem "voodoo", as sondagens das semanas anteriores tivessem dado coisas parecidas umas com as outras e com aqueles que vieram a ser os resultados finais. Isso passou-se, mais coisa menos coisa, em Portugal em 2005. Mas não foi assim em Inglaterra. Que espécie de informação está a ser dada aos eleitores? Como é ela obtida? Podemos confiar minimamente nela? Dúvidas.
1. Acaso;
2. Mudança da própria realidade que estava a ser descrita, anulando efeitos da variação a nível metodológico;
3. Ajustamento "indutivo" de expectativas.
Agora, um novo elemento: segundo este site, os números brutos obtidos pelas sondagens ICM e Populus davam margens muito maiores aos Trabalhistas dos que aqueles que as sondagens acabaram por dar nas suas sondagens finais e do que aqueles que acabaram por ser os resultados reais.
Ora bem. Isto é um bocado perturbante. O que é perturbante não é o facto de os números brutos serem diferentes dos números "projectados". Todas as sondagens fazem escolhas quanto ao tratamento dos dados obtidos, escolhas que visam corrigir uma série de problemas conhecidos dos processos de amostragem e inquirição: distorções entre características da amostra e características conhecidas da população; efeitos de não-resposta e recusa; efeitos do inquérito; ocultação de real intenção de ir ou não votar ou de votar neste ou naquele partido, etc.
O que é perturbante é que os resultados obtidos de uma amostra sejam tão diferentes daqueles que depois resultam dos tratamentos. Se eles são assim tão diferentes, isto significa que as pressuposições acerca daquele que é e será o comportamento dos eleitores e a sua relação com características dos inquiridos pesam tanto ou mais nas inferências que se fazem acerca da população do que a própria amostra. E se isto é assim, para quê fazer sondagens de intenção de voto? Não será preferível fazer "forecasting" na base de resultados eleitorais anteriores e de factores de previsão (economia, popularidade de líderes)?
E se as pressuposições pesam assim tanto, não se levanta a suspeita de que a convergência entre resultados de sondagens nas últimas eleições inglesas (e já agora, as portuguesas) resulte muito menos de escolhas metodológicas do que de "um bom palpite" (mesmo que o palpite seja um palpite sobre que "contas" hei-de eu fazer para que os dados brutos se convertam "naquilo que eu espero que aconteça"?).
Não é, repito, uma questão de "honestidade", mas sim uma questão de sabermos para que servem as sondagens, o que elas realmente nos dizem e como são feitas. "Ciência" ou "voodoo"?
E notem: eu ficava muito menos preocupado se, com ou sem "voodoo", as sondagens das semanas anteriores tivessem dado coisas parecidas umas com as outras e com aqueles que vieram a ser os resultados finais. Isso passou-se, mais coisa menos coisa, em Portugal em 2005. Mas não foi assim em Inglaterra. Que espécie de informação está a ser dada aos eleitores? Como é ela obtida? Podemos confiar minimamente nela? Dúvidas.
terça-feira, maio 10, 2005
Fifty fifty até dia 29?
Mais duas sondagens:
Sofres, 7 Maio:
Sim: 52%
Não: 48%
CSA, 9 Maio:
Sim: 51%
Não: 49%
Mais alguns dados interessantes:
*24% afirma não ter ainda decidido como vai votar (Sofres); entre estes, ligeira vantagem nas "inclinações" para o "Não" (Ipsos);
* Eleitores PS divididos ao meio sobre o que irão fazer (Ipsos);
* 83% dos votantes "sim" e 83% dos votantes "não" dizem que a sua escolha é definitiva (Ipsos);
* 47% acham que "Sim" vai ganhar, contra 26% do "Não". Más notícias para o "Sim": expectativa de vitória pode gerar desmobilização e pode sinalizar uma "espiral do silêncio" ("nãos" escondidos que não se revelam dado expectativa social de vitória "Sim").
A bientôt.
Sofres, 7 Maio:
Sim: 52%
Não: 48%
CSA, 9 Maio:
Sim: 51%
Não: 49%
Mais alguns dados interessantes:
*24% afirma não ter ainda decidido como vai votar (Sofres); entre estes, ligeira vantagem nas "inclinações" para o "Não" (Ipsos);
* Eleitores PS divididos ao meio sobre o que irão fazer (Ipsos);
* 83% dos votantes "sim" e 83% dos votantes "não" dizem que a sua escolha é definitiva (Ipsos);
* 47% acham que "Sim" vai ganhar, contra 26% do "Não". Más notícias para o "Sim": expectativa de vitória pode gerar desmobilização e pode sinalizar uma "espiral do silêncio" ("nãos" escondidos que não se revelam dado expectativa social de vitória "Sim").
A bientôt.
Fifty fifty, agora sim
Sondagens UK: rescaldo final
Está tudo aqui, no UK Polling Report de Anthony Wells, ainda com mais umas sondagens do que aquelas que eu tinha incluído. Com a devida vénia, transcrevo. Para quê inventar?
So, with pretty much everything except Harlow counted, how well did the pollsters do? The bottom line is that everyone got it right - trebles all round! While NOP take the prize, having got the result exactly spot on, not only did all the pollsters get within the 3% margin of error, they all got every party’s share of the vote to within 2%. Basically, it was a triumph for the pollsters.
RESULT - CON 33.2%, LAB 36.2%, LD 22.7%
NOP/Independent - CON 33%(-0.2), LAB 36%(-0.2), LD 23%(+0.3). Av. Error - 0.2%
MORI/Standard - CON 33%(-0.2), LAB 38%(+1.8%), LD 23%(+0.3). Av. Error - 0.8%
Harris - CON 33%(-0.2), LAB 38%(+1.8), LD 22%(-0.7). Av. Error - 0.9%
BES - CON 32.6%(-0.6), LAB 35%(-1.2), LD 23.5%(+0.8%). Av. Error - 0.9%
YouGov/Telegraph - CON 32%(-1.2), LAB 37%(+0.8), LD 24%(+1.3). Av.Error - 1.1%
ICM/Guardian - CON 32%(-1.2), LAB 38%(+1.8), LD 22%(-0.7). Av.Error - 1.2%
Populus/Times - CON 32%(-1.2), LAB 38%(+1.8), LD 21%(-1.7). Av. Error - 1.6%
The other two pollsters, Communicate Research and BPIX, conducted their final polls too early to be counted as proper eve-of-poll predictions, but, for the record, both their final polls were also within the standard 3% margin of error. Their average errors were 0.9% for BPIX and 2.1% for Communicate.
The British Polling Council have a press release out with the same information (although they include the “others” in the average, and use rounded figures for the results, hence the slightly different figures. It doesn’t change the result - everyone was right and NOP did best).
What small errors there were did still tend to favour Labour rather than the Conservatives - of the seven polls above one (NOP) is spot on, one (BES) understated Labour’s lead, and five overstated Labour’s lead. This does suggest there may still be a lingering bias in the polls, but one that is now so small it is hardly worth worrying about. What is interesting is the comparison between the final result and the polls during the campaign - the results from YouGov during the campaign were pretty close to the final result throughout, especially after the first few polls that showed the parties neck and neck. In contrast during the campaign the phone pollsters showed some whopping great Labour leads that disappeared in their final polls - of all the phone polls during the campaign, only one (MORI/Observer, published on the 1st May), did not report a Labour lead larger than the 3% they finally acheived. Of YouGov’s last 10 polls of the campaign, 8 showed a Labour lead of 3 or 4 percent. It doesn’t, of course, necessarily mean that YouGov were right - the “real” Labour lead at that time could have been larger, only to be reduced by a late swing to the Lib Dems - hence the reason why we only compare the eve-of-poll predictions to the final result.
With results that are so close to one another, it’s very difficult to say that technique A worked and technique B didn’t. For what it’s worth, the spiral of silence adjustment made Populus’s final poll less accurate (ICM’s full tables aren’t available yet). At past elections ICM have carried out post election studies, ringing back don’t knows to see how they did vote in the end, so they will hopefully have a far better idea of whether the don’t knows behaved as they expected. If there were Bashful Blairites out there though, they seem to have been equally bashful about going to the polling station. That said, NOP also make a spiral of silence adjustment and it can’t have made their final figures any less accurate.
How did all the polls end up being so close, having been so different during the campaign? Well, I’m afraid there isn’t a simple answer and there’s no evidence of an evil polling conspiracy. The only pollster who I know for sure made methodological changes for their final poll was YouGov, who factored in likelihood to vote for their final prediction (it didn’t have a huge effect, but it did make their prediction more accurate).
So, with pretty much everything except Harlow counted, how well did the pollsters do? The bottom line is that everyone got it right - trebles all round! While NOP take the prize, having got the result exactly spot on, not only did all the pollsters get within the 3% margin of error, they all got every party’s share of the vote to within 2%. Basically, it was a triumph for the pollsters.
RESULT - CON 33.2%, LAB 36.2%, LD 22.7%
NOP/Independent - CON 33%(-0.2), LAB 36%(-0.2), LD 23%(+0.3). Av. Error - 0.2%
MORI/Standard - CON 33%(-0.2), LAB 38%(+1.8%), LD 23%(+0.3). Av. Error - 0.8%
Harris - CON 33%(-0.2), LAB 38%(+1.8), LD 22%(-0.7). Av. Error - 0.9%
BES - CON 32.6%(-0.6), LAB 35%(-1.2), LD 23.5%(+0.8%). Av. Error - 0.9%
YouGov/Telegraph - CON 32%(-1.2), LAB 37%(+0.8), LD 24%(+1.3). Av.Error - 1.1%
ICM/Guardian - CON 32%(-1.2), LAB 38%(+1.8), LD 22%(-0.7). Av.Error - 1.2%
Populus/Times - CON 32%(-1.2), LAB 38%(+1.8), LD 21%(-1.7). Av. Error - 1.6%
The other two pollsters, Communicate Research and BPIX, conducted their final polls too early to be counted as proper eve-of-poll predictions, but, for the record, both their final polls were also within the standard 3% margin of error. Their average errors were 0.9% for BPIX and 2.1% for Communicate.
The British Polling Council have a press release out with the same information (although they include the “others” in the average, and use rounded figures for the results, hence the slightly different figures. It doesn’t change the result - everyone was right and NOP did best).
What small errors there were did still tend to favour Labour rather than the Conservatives - of the seven polls above one (NOP) is spot on, one (BES) understated Labour’s lead, and five overstated Labour’s lead. This does suggest there may still be a lingering bias in the polls, but one that is now so small it is hardly worth worrying about. What is interesting is the comparison between the final result and the polls during the campaign - the results from YouGov during the campaign were pretty close to the final result throughout, especially after the first few polls that showed the parties neck and neck. In contrast during the campaign the phone pollsters showed some whopping great Labour leads that disappeared in their final polls - of all the phone polls during the campaign, only one (MORI/Observer, published on the 1st May), did not report a Labour lead larger than the 3% they finally acheived. Of YouGov’s last 10 polls of the campaign, 8 showed a Labour lead of 3 or 4 percent. It doesn’t, of course, necessarily mean that YouGov were right - the “real” Labour lead at that time could have been larger, only to be reduced by a late swing to the Lib Dems - hence the reason why we only compare the eve-of-poll predictions to the final result.
With results that are so close to one another, it’s very difficult to say that technique A worked and technique B didn’t. For what it’s worth, the spiral of silence adjustment made Populus’s final poll less accurate (ICM’s full tables aren’t available yet). At past elections ICM have carried out post election studies, ringing back don’t knows to see how they did vote in the end, so they will hopefully have a far better idea of whether the don’t knows behaved as they expected. If there were Bashful Blairites out there though, they seem to have been equally bashful about going to the polling station. That said, NOP also make a spiral of silence adjustment and it can’t have made their final figures any less accurate.
How did all the polls end up being so close, having been so different during the campaign? Well, I’m afraid there isn’t a simple answer and there’s no evidence of an evil polling conspiracy. The only pollster who I know for sure made methodological changes for their final poll was YouGov, who factored in likelihood to vote for their final prediction (it didn’t have a huge effect, but it did make their prediction more accurate).
Something completely different
Quando ouço falar em "arte mexicana", fico logo desconfiado. Começo logo a imaginar pinturas murais, estatuetas e colares de contas. O que só mostra como sou preconceituoso. Se forem a Madrid, não percam isto.
Especialmente, isto:
Já não estou tão seguro sobre a conversa que se segue, mas ajuda a perceber do que se trata:
A Morir (’til Death) by Miguel Angel Rios in collaboration with Rafael Ortega will consist of a three-channel video installation shot in Tepoztlan, Mexico; the work focuses on a popular street game called "trompos" that involves spinning tops. Viewed from multiple perspectives, the video begins with one spinning top and culminates in a cacophonous profusion of numerous tops in a single game that includes thirty of the most skilled players in town, aged 14 to 50. Through the documentation of this simple scenario, dynamics of competition, invasion and territorialism are signaled both visually and aurally. The lyrical movement of the tops is accompanied by their intense, sycopating sound. Confined within a white grid painted on asphalt, the masses speak to both space and subjectivity. The relative violence is complicated by the game’s high formality and beauty. A Morir (’til Death) negotiates both politics and poetics in abstracting narrative about urban sprawl, congestion, and war.
Especialmente, isto:
Já não estou tão seguro sobre a conversa que se segue, mas ajuda a perceber do que se trata:
A Morir (’til Death) by Miguel Angel Rios in collaboration with Rafael Ortega will consist of a three-channel video installation shot in Tepoztlan, Mexico; the work focuses on a popular street game called "trompos" that involves spinning tops. Viewed from multiple perspectives, the video begins with one spinning top and culminates in a cacophonous profusion of numerous tops in a single game that includes thirty of the most skilled players in town, aged 14 to 50. Through the documentation of this simple scenario, dynamics of competition, invasion and territorialism are signaled both visually and aurally. The lyrical movement of the tops is accompanied by their intense, sycopating sound. Confined within a white grid painted on asphalt, the masses speak to both space and subjectivity. The relative violence is complicated by the game’s high formality and beauty. A Morir (’til Death) negotiates both politics and poetics in abstracting narrative about urban sprawl, congestion, and war.
sexta-feira, maio 06, 2005
Resultados não definitivos UK
Labour: 36,2%
Conservative: 33,2%
Lib Dems: 22,5%
Com estes resultados, temos as sondagens mais precisas feitas no Reino Unido em muitos anos. Boa notícia. E melhor ainda que tenha sido a NOP a acertar em cheio: as sondagens NOP são coordenadas pelo Nick Moon, que esteve em Lisboa há pouco tempo e é autor de um excelente livro sobre sondagens. E a análise das sondagens NOP no Independent esteve a cargo do John Curtice, que já veio várias vezes aqui ao ICS e faz parte do conselho consultivo do projecto Comportamento Eleitoral dos Portugeses.
Análise mais detalhada para a semana.
Conservative: 33,2%
Lib Dems: 22,5%
Com estes resultados, temos as sondagens mais precisas feitas no Reino Unido em muitos anos. Boa notícia. E melhor ainda que tenha sido a NOP a acertar em cheio: as sondagens NOP são coordenadas pelo Nick Moon, que esteve em Lisboa há pouco tempo e é autor de um excelente livro sobre sondagens. E a análise das sondagens NOP no Independent esteve a cargo do John Curtice, que já veio várias vezes aqui ao ICS e faz parte do conselho consultivo do projecto Comportamento Eleitoral dos Portugeses.
Análise mais detalhada para a semana.
quinta-feira, maio 05, 2005
UK: as sondagens do dia
São as seguintes:
Parecem as sondagens para as últimas legislativas portuguesas: ou acertam todos em cheio ou espatifam-se todos. É extremamente curioso como sondagens que, até há dias, apresentavam discrepâncias importantes (ver aqui) convergem desta maneira no último dia, apesar de continuarem a apresentar as diferenças metodológicas anteriores. Vejo três explicações possíveis:
1. Um mero acaso;
2. A "realidade" mudou, com os eleitores a decidirem-se à última hora de forma a que as diferenças metodológicas deixem de influenciar as estimativas;
3. A terceira é algo mais perversa: quem faz as sondagens olha para um lado e para o outro, pondera os resultados que obtém de acordo com as suas expectativas daquilo que os resultados irão ser, e escolhe os métodos de ponderação e análise de resultados que mais se aproximam dessas expectativas. Resultado: como quem faz as sondagens está imerso no mesmo mundo social e comunicacional, os resultados tendem a convergir.
A terceira explicação pode ser interpretada como apontando alguma desonestidade por parte de quem faz as sondagens. Mas "desonestidade" é um bocado forte. Não acredito que alguém diga que os conservadores vão ter 36% quando as sondagem lhes dá 42%, mudando arbitrariamente os resultados que obtém. O que sucede é que aquilo que a sondagem "dá" depende de uma série de opções sobre como ponderar a probabilidade de voto, como corrigir a composição socio-demográfica da amostra, etc, etc, etc. E aquilo que acho que acontece é que essas opções, na última sondagem, são mais indutivas do que dedutivas. Ou seja: em vez de fazerem essas opções e divulgarem os números que daí resultam, os técnicos olham para os números que resultam das diferentes opções e divulgam os resultados em que mais acreditam.
Mas há aqui, claro, alguma arbitrariedade, e pode haver até um certo espírito defensivo ("se eu não me afastar muito daquilo que os outros dão, não vou ser nem muito pior nem muito melhor que eles"). Não é, propriamente, uma ciência, isso de certeza...
De resto, cerca de 25% dos ingleses dizem-se indecisos. Mais que prováveis abstencionistas.
E já agora: para além da ajuda dos seus colegas barnabitas , mais um elemento para ajudar o Daniel a perceber como se pode tomar a decisão de votar nos Trabalhistas mesmo que se discorde da actuação de Blair no Iraque:
The survey contains a sting in the tail for Mr Blair because more than half the electorate want him to resign within two years rather than carry on for another full term. And only one in three want Mr Blair to stay on longer than two years.
Parecem as sondagens para as últimas legislativas portuguesas: ou acertam todos em cheio ou espatifam-se todos. É extremamente curioso como sondagens que, até há dias, apresentavam discrepâncias importantes (ver aqui) convergem desta maneira no último dia, apesar de continuarem a apresentar as diferenças metodológicas anteriores. Vejo três explicações possíveis:
1. Um mero acaso;
2. A "realidade" mudou, com os eleitores a decidirem-se à última hora de forma a que as diferenças metodológicas deixem de influenciar as estimativas;
3. A terceira é algo mais perversa: quem faz as sondagens olha para um lado e para o outro, pondera os resultados que obtém de acordo com as suas expectativas daquilo que os resultados irão ser, e escolhe os métodos de ponderação e análise de resultados que mais se aproximam dessas expectativas. Resultado: como quem faz as sondagens está imerso no mesmo mundo social e comunicacional, os resultados tendem a convergir.
A terceira explicação pode ser interpretada como apontando alguma desonestidade por parte de quem faz as sondagens. Mas "desonestidade" é um bocado forte. Não acredito que alguém diga que os conservadores vão ter 36% quando as sondagem lhes dá 42%, mudando arbitrariamente os resultados que obtém. O que sucede é que aquilo que a sondagem "dá" depende de uma série de opções sobre como ponderar a probabilidade de voto, como corrigir a composição socio-demográfica da amostra, etc, etc, etc. E aquilo que acho que acontece é que essas opções, na última sondagem, são mais indutivas do que dedutivas. Ou seja: em vez de fazerem essas opções e divulgarem os números que daí resultam, os técnicos olham para os números que resultam das diferentes opções e divulgam os resultados em que mais acreditam.
Mas há aqui, claro, alguma arbitrariedade, e pode haver até um certo espírito defensivo ("se eu não me afastar muito daquilo que os outros dão, não vou ser nem muito pior nem muito melhor que eles"). Não é, propriamente, uma ciência, isso de certeza...
De resto, cerca de 25% dos ingleses dizem-se indecisos. Mais que prováveis abstencionistas.
E já agora: para além da ajuda dos seus colegas barnabitas , mais um elemento para ajudar o Daniel a perceber como se pode tomar a decisão de votar nos Trabalhistas mesmo que se discorde da actuação de Blair no Iraque:
The survey contains a sting in the tail for Mr Blair because more than half the electorate want him to resign within two years rather than carry on for another full term. And only one in three want Mr Blair to stay on longer than two years.
quarta-feira, maio 04, 2005
UK: as últimas antes do dia
Amanhã ainda são divulgadas sondagens no Reino Unido, dado que não há limitações à sua publicitação no dia das eleições. Contudo, as últimas sondagens de campanha estão feitas. Em vez de me lerem a mim, farão muito melhor em ler isto. Contudo, se ainda tiverem paciência, eis o resumo:
1. Trabalhistas à frente em todas as sondagens mais recentes. Se perdessem em votos, era o pior desempenho das sondagens britânicas desde 1992. E se perdessem em deputados, seria o maior cataclismo na história das sondagens desde que elas existem no mundo civilizado. Don't hold your breath;
2. Maior margem de vitória: 13% (Populus, 2 de Maio, telefónica);
3. Menor margem de vitória: 4% (Harris e Yougov, ambas internet polls);
4. Margem de vitória média: 8%;
5. Margem de vitória por tipo de sondagem e ordem decrescente: telefónicas; face-a-face; internet. Vamos ter um teste metodológico muito interessante, especialmente no contraste internet polls e o resto. Se as coisas voltarem a correr bem à Yougov, os efeitos no mundo das sondagens não serão negligenciáveis;
6. Quando mais exigente o filtro dos "votantes prováveis", menor a margem de vitória. Por outras palavras: eleitores Trabalhistas menos seguros de que irão às urnas;
7.Lib-Dems: em média, tendência de crescimento desde início de Abril. Mas não à custa dos Trabalhistas, e sim à custa dos Conservadores, pelo menos nas intenções de voto. Curioso e muito contraintuitivo. Claro, isto não quer dizer que haja transferências directas Conservadores-Lib-Dem's, mas sim que o saldo dos diversos tipos de transferências (de partidos para outros e da abstenção para o voto e vice-versa) tem sido favorável a Trabalhistas e Lib-Dem's desde o início de Abril. É quase garantido que vão ter o melhor resultado desde 1987, restando saber se conseguem superar 1983.
Como espremer mais algum interesse de umas eleições altamente entediantes? Difícil. A não ser para dizer que Gordon Brown é, em todas as sondagens neste momento, muitíssimo mais popular e confiado do que Tony Blair. Reforma antecipada?
1. Trabalhistas à frente em todas as sondagens mais recentes. Se perdessem em votos, era o pior desempenho das sondagens britânicas desde 1992. E se perdessem em deputados, seria o maior cataclismo na história das sondagens desde que elas existem no mundo civilizado. Don't hold your breath;
2. Maior margem de vitória: 13% (Populus, 2 de Maio, telefónica);
3. Menor margem de vitória: 4% (Harris e Yougov, ambas internet polls);
4. Margem de vitória média: 8%;
5. Margem de vitória por tipo de sondagem e ordem decrescente: telefónicas; face-a-face; internet. Vamos ter um teste metodológico muito interessante, especialmente no contraste internet polls e o resto. Se as coisas voltarem a correr bem à Yougov, os efeitos no mundo das sondagens não serão negligenciáveis;
6. Quando mais exigente o filtro dos "votantes prováveis", menor a margem de vitória. Por outras palavras: eleitores Trabalhistas menos seguros de que irão às urnas;
7.Lib-Dems: em média, tendência de crescimento desde início de Abril. Mas não à custa dos Trabalhistas, e sim à custa dos Conservadores, pelo menos nas intenções de voto. Curioso e muito contraintuitivo. Claro, isto não quer dizer que haja transferências directas Conservadores-Lib-Dem's, mas sim que o saldo dos diversos tipos de transferências (de partidos para outros e da abstenção para o voto e vice-versa) tem sido favorável a Trabalhistas e Lib-Dem's desde o início de Abril. É quase garantido que vão ter o melhor resultado desde 1987, restando saber se conseguem superar 1983.
Como espremer mais algum interesse de umas eleições altamente entediantes? Difícil. A não ser para dizer que Gordon Brown é, em todas as sondagens neste momento, muitíssimo mais popular e confiado do que Tony Blair. Reforma antecipada?
Obrigado
Ao Blasfémias e ao Insurgente pelas referências. De repente, o Sitemeter dá um grande solavanco..
terça-feira, maio 03, 2005
França, poll of polls (última sondagem: 2 Maio)
Mais duas, e completámos o ciclo de todos os institutos de sondagens:
BVA, 30 Abril
Sim: 48%
Não: 52%
CSA, 2 de Maio.
Sim: 51%
Não: 49%
A poll of polls fica assim:
BVA, 30 Abril
Sim: 48%
Não: 52%
CSA, 2 de Maio.
Sim: 51%
Não: 49%
A poll of polls fica assim:
Aborto II
OK, o post anterior foi parcialmente ultrapassado pelos acontecimentos. Mas a questão de fundo permanece.
Aborto
Sondagem Marktest:
De acordo com o Barómetro, 54,3 por cento dos portugueses votaria a favor da despenalização, contra 28,6 que optariam em sentido contrário. Outros 16 por cento disse não ter opinião ou então não querer responder.
Para além das questões da amostragem, as respostas a questões como esta são muito sensíveis à formulação da pergunta. Seja como for, numa sondagem da Católica de 14 de Janeiro de 2004, 69% diziam que votariam "Sim" à (cito) "despenalização da interrupção voluntária da gravidez, se realizada por opção da mulher, nas primeiras 10 semanas, em estabelecimento de saúde legalmente autorizado”. 25% votariam "Não" e 6% "Ns/Nr".
Assim, à partida, das duas uma:
1. Ou a formulação da pergunta foi determinante para a diferença (mas não sei como foi formulada a pergunta na sondagem Marktest);
2. Ou o apoio à despenalização diminuiu (ou pelo menos, aumentou a incerteza).
Mais certo é que não há razões para supor que os portugueses não querem o referendo. Em Janeiro de 2004, 56% achavam que a discussão sobre o tema era "muito oportuna". Agora, há mesmo 47% que acham que o referendo à despenalização deveria ocorrer antes do referendo europeu (contra 39% que pensam o oposto). No último artigo do Público, a Helena Matos confunde os seus próprios sentimentos com os da população. Um lapso comum.
Mas atenção: na sondagem da Católica de Janeiro de 2004, questionados sobre se "deveria ser só o parlamento a decidir se haveria uma alteração às leis do aborto ou se deveria haver um referendo", 73% optavam por referendo. Eu sei que a questão tal como formulada na sondagem é algo equívoca, dado que pode haver partes da lei alteradas por referendo e outras não. Mas o sentimento geral existe. E será ele compatível com um referendo que liberaliza o aborto por vontade da mulher até às 10 semanas ao mesmo tempo que, por via legislativa, se ampliam as causas médicas justificativas do aborto até às 16 semanas? Não estará aqui parte da explicação da diminuição de 69 para 54% de apoio à despenalização?
Não seria espantoso se os nossos políticos, por inépcia ou maximalismo, fizessem com que um novo referendo voltasse a resultar na inviabilização de uma alteração legislativa aparentemente desejada pela grande maioria da população (a despenalização do aborto por opção da mulher até às 10 semanas)? Vamos ver.
De acordo com o Barómetro, 54,3 por cento dos portugueses votaria a favor da despenalização, contra 28,6 que optariam em sentido contrário. Outros 16 por cento disse não ter opinião ou então não querer responder.
Para além das questões da amostragem, as respostas a questões como esta são muito sensíveis à formulação da pergunta. Seja como for, numa sondagem da Católica de 14 de Janeiro de 2004, 69% diziam que votariam "Sim" à (cito) "despenalização da interrupção voluntária da gravidez, se realizada por opção da mulher, nas primeiras 10 semanas, em estabelecimento de saúde legalmente autorizado”. 25% votariam "Não" e 6% "Ns/Nr".
Assim, à partida, das duas uma:
1. Ou a formulação da pergunta foi determinante para a diferença (mas não sei como foi formulada a pergunta na sondagem Marktest);
2. Ou o apoio à despenalização diminuiu (ou pelo menos, aumentou a incerteza).
Mais certo é que não há razões para supor que os portugueses não querem o referendo. Em Janeiro de 2004, 56% achavam que a discussão sobre o tema era "muito oportuna". Agora, há mesmo 47% que acham que o referendo à despenalização deveria ocorrer antes do referendo europeu (contra 39% que pensam o oposto). No último artigo do Público, a Helena Matos confunde os seus próprios sentimentos com os da população. Um lapso comum.
Mas atenção: na sondagem da Católica de Janeiro de 2004, questionados sobre se "deveria ser só o parlamento a decidir se haveria uma alteração às leis do aborto ou se deveria haver um referendo", 73% optavam por referendo. Eu sei que a questão tal como formulada na sondagem é algo equívoca, dado que pode haver partes da lei alteradas por referendo e outras não. Mas o sentimento geral existe. E será ele compatível com um referendo que liberaliza o aborto por vontade da mulher até às 10 semanas ao mesmo tempo que, por via legislativa, se ampliam as causas médicas justificativas do aborto até às 16 semanas? Não estará aqui parte da explicação da diminuição de 69 para 54% de apoio à despenalização?
Não seria espantoso se os nossos políticos, por inépcia ou maximalismo, fizessem com que um novo referendo voltasse a resultar na inviabilização de uma alteração legislativa aparentemente desejada pela grande maioria da população (a despenalização do aborto por opção da mulher até às 10 semanas)? Vamos ver.
segunda-feira, maio 02, 2005
Fifty-fifty two
Confirma-se isto e isto: o "Sim" em França recuperou.
IPSOS, 3o de Abril (último dia trabalho de campo):
Sim: 53%
Não: 47%
Louis-Harris, 30 Abril
Sim: 49%
Não: 51%
Outra vez o eleitorado PS:
Une inversion du rapport de force au sein de l’électorat socialiste qui pourrait s’avérer décisive
Si cette enquête témoigne d’un niveau record du Oui au sein de l’électorat de l’UMP (+3, soit + 13 en deux vagues), elle se démarque des cinq vagues précédentes par la nouvelle mobilisation en faveur du Oui parmi les sympathisants socialistes. Pour la première fois en effet depuis la mi-mars, les électeurs de la formation dirigée par François Hollande déclarent une intention de vote majoritaire en faveur du Oui. La progression est de 11 points en une semaine. Le Non reste majoritaire chez les sympathisants écologistes bien qu’en baisse de 5 points. La dynamique d’intentions de vote favorable au Oui est d’autant plus sérieuse qu’elle est associée à un brutal changement de climat politique. En matière de pronostic et de souhait, l’inversion de tendance est complète. Au sein des électorats des deux principales formations défendant le Oui, ils s’associent désormais de manière conjointe massivement à l’UMP, majoritairement au PS.
IPSOS, 3o de Abril (último dia trabalho de campo):
Sim: 53%
Não: 47%
Louis-Harris, 30 Abril
Sim: 49%
Não: 51%
Outra vez o eleitorado PS:
Une inversion du rapport de force au sein de l’électorat socialiste qui pourrait s’avérer décisive
Si cette enquête témoigne d’un niveau record du Oui au sein de l’électorat de l’UMP (+3, soit + 13 en deux vagues), elle se démarque des cinq vagues précédentes par la nouvelle mobilisation en faveur du Oui parmi les sympathisants socialistes. Pour la première fois en effet depuis la mi-mars, les électeurs de la formation dirigée par François Hollande déclarent une intention de vote majoritaire en faveur du Oui. La progression est de 11 points en une semaine. Le Non reste majoritaire chez les sympathisants écologistes bien qu’en baisse de 5 points. La dynamique d’intentions de vote favorable au Oui est d’autant plus sérieuse qu’elle est associée à un brutal changement de climat politique. En matière de pronostic et de souhait, l’inversion de tendance est complète. Au sein des électorats des deux principales formations défendant le Oui, ils s’associent désormais de manière conjointe massivement à l’UMP, majoritairement au PS.
Fifty-fifty
Confirma-se a impressão já transmitida aqui: uma recuperação do Sim nas sondagens de intenção de voto no referendo em França. Nos estudos feitos no final de Abril, o Sim sobe nas sondagens IFOP (de 44 para 48%) e Sofres (de 45 para 52%), tal como já tinha subido em quase todas as restantes (excepto a BVA, mas a mais recente deles é de 19 de Abril). Porquê? Na sondagem IFOP, divulgada ontem, 54% dos simpatizantes Socialistas tencionavam votar Sim; na sondagem IFOP de 15 de Abril, 62% deles tencionavam votar Não.
UK, recta final
A quatro dias das eleições, algumas das dúvidas começam a dissipar-se. Em particular, as intenções de voto nos Conservadores desceram em três das quatro sondagens divulgadas ontem (Domingo, dia 1 de Maio). Parece confirmar-se (de forma mitigada) a ideia de que "the Conservatives' aggressive campaign to impugn Mr Blair's personal integrity is in fact fuelling a sharp rise in his popularity".
Fica assim a poll of polls a quatro dias das eleições, incluindo as sondagens NOP, Yougov, ICM, Populus, Mori e Communicate Research, do dia 9 de Janeiro ao dia 1 de Maio. É certo que os valores médios são muito influenciados pela ICM e Yougov, que têm muitas sondagens. Mas isso não faz grande diferença, especialmente tendo em conta que, desde Abril, a dispersão entre os resultados das diferentes sondagens é relativamente reduzida em comparação com o período anterior.
Fica assim a poll of polls a quatro dias das eleições, incluindo as sondagens NOP, Yougov, ICM, Populus, Mori e Communicate Research, do dia 9 de Janeiro ao dia 1 de Maio. É certo que os valores médios são muito influenciados pela ICM e Yougov, que têm muitas sondagens. Mas isso não faz grande diferença, especialmente tendo em conta que, desde Abril, a dispersão entre os resultados das diferentes sondagens é relativamente reduzida em comparação com o período anterior.
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