Vocês lá saberão, mas a minha sugestão é que não se tirem excessivas conclusões desta ideia de que 57% dos eleitores do BE (Aximage) ou 45% dos eleitores Louçã na 1ª volta (Católica) tencionam votar Cavaco numa 2ª volta. Porque:
1. São percentagens calculadas em relação a sub-amostras, tendo por isso associadas margens de erro substancialmente superiores às da amostra total, tal como se avisa nos quadros publicados hoje no Público. A Católica, por exemplo, tem 51 inquiridos a dizer que vão votar Louçã na primeira volta. A Aximage, com uma amostra de 600 pessoas, há-de ter bastante menos eleitores declarados do BE. Só para vos dar uma exemplo, a uma amostra aleatória de 51 inquiridos está associada uma margem de erro máxima de...13,7%.
2. A segunda volta "não existe". É um cenário. Soares ainda não é o candidato da esquerda. BE ainda não deu recomendações de voto aos seus eleitores. Isto não quer dizer que as reacções actuais dos eleitores aos cenários sejam completamente irrelevantes. Mas é um salto muito grande aquele que vai de se dizer que o eleitorado BE não se encontra de momento predisposto a deslocar o seu voto para Soares para se dizer que metade do eleitorado BE vai votar em Cavaco. Os eleitores são as suas preferências e as suas circunstâncias, e as circunstâncias de hoje não são as circunstâncias de Janeiro.
Agora que a coincidência destas suas sondagens num resultado semelhante dá que pensar sobre o que será isto do "eleitorado do BE", lá isso dá. Prometo voltar ao assunto, e prometo também que não vou dar o exemplo que já ouvi mil vezes das "tias de Cascais" que acham que o Francisco Louçã "fala muito bem" e é uma pessoa "muito honesta" (mas que las hay, las hay).
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