Agora que CDU/CSU e SPD somam uma das baixas votações de sempre para os "grandes partidos" na Alemanha - small is beautiful - vale a pena ler um artigo no mais recente número da American Political Science Review (só para assinantes, infelizmente).
Chama-se "Competition Between Unequals: The Role of Mainstream Party Strategy in Niche Party Success", e nele se explica como o sucesso dos "pequenos" "novos" partidos é determinado pelas diferentes estratégias que os partidos dominantes podem adoptar: "dismissive" (ignorar e não tomar posição sobre os temas - como, digamos, imigração, ambiente, aborto, integração europeia, etc. - introduzidos pelos pequenos partidos), "accomodative" (reconhecer a importância dos temas tomando posição convergente) ou "adversarial" (reconhecer a importância dos temas tomando posição divergente).
Tudo isso tem efeitos na saliência que esses temas acabam por adquirir na luta eleitoral e na percepção dos eleitores acerca dos partidos que se tornam "donos" desses temas em particular. E o sucesso ou insucesso desses novos partidos, assim como as suas consequências mais vastas para a perda de votos nos grandes partidos, dependem também, claro, da combinação de estratégias adoptadas pelos (normalmente, dois) partidos dominantes. Exemplos: o papel da estratégia "adversarial" do Partido Republicano face a Ralph Nader na perda de votos do Partido Democrata e na derrota de Al Gore em 2000; o papel que a estratégia adversarial do PS francês em relação à Frente Nacional desde os anos 80 teve na subida da própria FN e na descida do RPR; etc.
À atenção dos estudiosos do Bloco de Esquerda...
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