Há três grandes dúvidas sobre todas as sondagens que vamos conhecendo sobre as eleições americanas: o "Bradley" effect; os modelos de "votantes prováveis"; e as sondagens telefónicas.
Sobre o primeiro, já falei aqui: a opinião generalizada é a de que este efeito - que leva a uma subestimação dos votos contra candidatos negros - se existir, deverá ser muito menor que no passado. Mas quanto menor? E será que as conclusões de estudos anteriores sobre outro tipo de eleição se aplicam a uma eleição como esta?
Sobre o segundo, o que importa dizer é que várias sondagens usam modelos de votantes prováveis, de forma a eliminar os efeitos de uma "sobredeclaração" de voto. Os modelos baseiam-se em resultados anteriores e, por isso, podem estar completamente errados. Mas por outro lado, não se detectam diferenças significativas entre as sondagens que usam estes modelos e sondagens que não o fazem, pelo que o problema talvez não seja de grande importância.
O terceiro problema é simples: as sondagens telefónicas são feitas para telefones fixos. Mas estima-se que 17% dos adultos só tenham telefones celulares. São desproporcionalmente jovens, desproporcionalmente mais abstencionistas - o que mitiga os efeitos da sua não representação nas sondagens - mas também - guess what - desproporcionalmente pró-Obama. E parece que a utilização de ponderadores amostrais, reequlibrando as amostras em termos de idade, não chegam para lidar com este efeito.
Isto tudo para dizer o quê? A vantagem de Obama nas sondagens - de momento quase em 9 pontos a nível nacional -pode estar a ser sobrestimada devido ao Bradley effect. Mas pode estar a ser subestimada devido à exclusão de eleitores cell-only.
P.S.- Via O Valor das Ideias, mais um artigo sobre o Bradley effect.
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