Sondagens não são previsões, já sabemos. Mas se houvesse um padrão regular nas diferenças entre as intenções de voto medidas pelas sondagens e os resultados eleitorais, isso seria desde logo um passo possível numa tentativa de usar as intenções de voto para prever resultados. O que tenho para dizer sobre o assunto está aqui (.pdf) em colaboração com o Luís Aguiar-Conraria e o Miguel Maria Pereira. Mas numa abordagem um pouco mais descritiva, o que encontramos quando comparamos as sondagens feitas nas últimas duas semanas antes das eleições (medindo intenções de voto) e aqueles que acabam por ser os resultados? O quadro abaixo mostra o que se encontra nas três últimas eleições legislativas:
Não quero tirar daqui conclusão alguma. O que concluo sobre este tipo de análise está no artigo linkado acima. Os leitores tirarão as suas.
Nota: tendo em conta os comentários aqui e noutros sítios, duas coisas. Primeiro, o intervalo mostra os valores mínimos e máximos. A média é a média dessas E das restantes sondagens. Segundo, olho apenas para 2002 e seguintes porque antes não se podia divulgar sondagens na última semana.
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12 comentários:
Há problema no link
Afinal não há problema no link. Trata-se de um .pdf e foi carregado deixando um "tab" vazio no browser mas acho que é da configuração do meu PC.
Obrigado. Já clarifiquei que é um .pdf no texto.
Pelo que percebi a variavel que pode baralhar as sondagens é a abstenção....apesar de estarmos numa situação dramatica acho que a abstenção vai ser alta, mais de 40%....há algum indicador em relação a abstenção mais ou menos fiavel?...ou tudo se resume a questão de chover ou fazer sol?
No trabalho citado concluiu-se que mais abstenção tende a gerar uma sobrestimação pelas sondagens dos grandes partidos (com mais de 20% de intenções de voto. O que é igual a dizer que PS e PSD tendem a ter resultados eleitorais inferiores aos estimados nas sondagens quando a taxa de participação é inferior. Mas o trabalho inclui diferentes tipos de eleições - legislativas, autárquicas e europeias. Esse resultado não se pode associar directamente a esta eleição.
Segundo sei, as estimativas de abstenção eleitoral quase nunca são divulgadas pelos institutos, ainda que sejam importantes para filtrar os potenciais votantes, entre os inquiridos.
Caro Pedro Magalhães:
O que está a dizer é acientífico ou mesmo anti-científico.
Medir algo em ciência deve ter como intenção prever não a medida em sí própria...
Agora, definitivamente não compro o tal livro!...
Cumprimentos.
E o elevado número de indecisos? Não poderá baralhar as contas nestas eleições?
A média entre 27 e 31 não é 29 em vez de 30 como está ali no quadro de 2005 do PSD?
Ah, e no mesmo quadro a média de 43 com 47 não é 45?
Uminho1, está a presumir que há apenas duas sondagens, em que cada uma dá os valores extremos do intervalo. Porquê?
Peço desculpa. Não tinha tomado em conta esse factor.
Mande sempre. Pode sempre haver erros.
PM
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