Neste post, apresentei os resultados das sondagens conduzidas desde Outubro até ao Natal de forma a se poderem detectar tendências de mudança, caso existissem. Na altura, disse que havia duas maneiras de o fazer: presumindo uma relação linear entre a passagem do tempo e os resultados (o que poderia ocultar outro tipo de oscilações e tendências não lineares) e aplicando uma regressão polinomial ponderada (ou "regressão local") aos dados, sensível a evoluções não lineares. O que sucede quando se fazem as mesmas análises às sondagens, acrescentado agora os resultados das duas primeiras sondagens de 2006 (Católica e Aximage)?
Cavaco Silva:
Em 2006, subida, aferida pelas sondagens Católica e Aximage, compensando assim anterior descida mostrada pela Eurosondagem e pela Intercampus. O facto de estas diferentes tendências serem mostradas por sondagens de diferentes institutos sugere a possibilidade de que subidas e descidas sejam,na realidade, inexistentes , reflectindo apenas diferentes opções técnicas. Contudo, o facto da Católica colocar Cavaco nos 60% é intrigante, porque se é verdade que a Aximage tem dado valores acima da média a Cavaco, o mesmo não sucedeu, até agora, com a Católica.
Mário Soares:
Se fosse só a Aximage, poder-se-ia atribuir isto ao acaso. Se fosse só a Católica, idem. Mas ambas as sondagens mostram Soares a ver interrompida a sua constante ascensão até ao Natal. É preciso mais sondagens para validar esta nova tendência que, como se verifica, é invisível quando se pressupõe uma relação linear entre o tempo e os resultados. Mas será essa relação linear? É sempre arriscado avançar teorias após as observações, mas pensemos um pouco. Será que a imagem de Soares que ficou dos debates, assim que a poeira assentou, lhe foi favorável? Será que as altas expectativas depositadas pelos seus apoiantes nos debates foram satisfeitas? Terá sido o ataque aos meios de comunicação social logo no início do ano uma estratégia sensata?
Manuel Alegre:
O facto de Alegre surgir à frente de Soares na sondagem Católica pode trazer alguma satisfação aos seus apoiantes, mesmo sabendo que a diferença entre um e outro nessa sondagem é inferior à margem de erro amostral. O que já não pode trazer satisfação é que nem esse resultado serve para inverter a tendência desde Outubro, que continua a ser de descida. A não se que a sondagem Aximage tenha estado muito ao lado, a sondagem da Católica não chega para validar uma forte convicção de que essa tendência foi estancada.
Jerónimo de Sousa:
Com uns resultados melhores e outros piores, Jerónimo de Sousa é, no entanto, o candidato cujas intenções válidas de voto têm permanecido mais estáveis.
Francisco Louçã:
Quase indistinguível de Jerónimo de Sousa, se bem que com maior instabilidade. Nada de novo.
Temos assim duas novas hipóteses levantadas pelas duas sondagens mais recentes: a de que Cavaco subiu na passagem de 2005 para 2006, e a de que Soares perdeu o gás na mesma altura. Aguardemos por mais sondagens para vermos se estas hipóteses se confirmam.
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