O quadro seguinte compara os resultados eleitorais com as últimas sondagens pré-eleitorais conduzidas por cada instituto. Algumas notas:
1. As sondagens Intercampus e Pitagórica foram conduzidas antes das restantes, o que diminuiu à partida a sua capacidade para captar mudanças de preferências nos eleitores ocorridas mais perto do acto eleitoral;
2. Os resultados apresentados no quadro para a Pitagórica resultam de uma redistribuição proporcional de indecisos. O JN não apresentou esses resultados, e sim apenas resultados anteriores à redistribuição de indecisos. A redistribuição é feita apenas para o fim de tornar os resultados da sondagem comparáveis com resultados eleitorais, seguindo prática académica comum já aqui muitas vezes mencionada e fundamentada.
3. Calculam-se dois tipos de erro: Método 3 (a média dos desvios absolutos) e Método 5 (a diferença entre a margem de vitória prevista e a margem de vitória de real na base dos dados publicados de acordo com a opção dos institutos). Para mais informação sobre isto, ver estes posts e as referências lá citadas. A sua aplicação neste momento não vai ser na versão mais completa e "canónica" - que exige umas operações adicionais - mas isso, para o fundamental, não vai fazer diferença. Quando houver resultados eleitorais definitivos far-se-á a versão completa.
Compreensivelmente, as sondagens cujo trabalho de campo foi conduzido mais longe das eleições ficaram mais longe dos resultados, apesar de a Intercampus, apesar de tudo, ter ficado mais perto que a Eurosondagem. Quanto àquelas que são realmente comparáveis entre si e com os resultados eleitorais - as da última semana - a Católica ficou mais perto do ponto de vista do desvio absoluto médio e a Marktest do ponto de vista da margem de vitória. Mas as diferenças entre estas e a da Aximage carecem de qualquer espécie de significado. Para todos os efeitos, foram igualmente precisas. Curioso, assim, verificar que diferentes metodologias e dimensões amostrais podem gerar resultados igualmente fiáveis. E curioso também que, uma vez mais, a margem de vitória é sempre sobrestimada, tal como em 1996 e 2001.
Como se compara isto com o passado? Uma visita aqui revelará que as sondagens pré-eleitorais nas presidenciais de 2006 foram substancialmente mais precisas do que as realizadas em 1996 ou 2001. Isso sucede mesmo quando tomamos em conta o facto de o desvio absoluto médio ser sensível ao número de estimativas feitas (quantas mais, menor o erro médio). Assim, por exemplo, com cinco candidatos em 2001, a média dos "desvios absolutos médios" para a várias sondagens foi de 3,9%, enquanto que em 2006, para os cinco primeiros candidatos, foi de 1,6%. (para as sondagens da última semana). Em 1996, com dois candidatos, a média dos desvios absolutos médios foi de 3,2%. Em 2006, apenas para os dois primeiros candidatos, foi de 2%. Mas nas legislativas de 2005 as sondagens ainda foram mais precisas...
Em resumo, resultados muito apresentáveis quer em comparação com o passado quer em comparação internacional.
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