Do Hipatia:
Podem achar estranho, mas eu, que ainda há poucos dias não sabia em quem é que havia de votar (não, não faço parte dos eleitorado que transita ao centro), já me decidi. E decidi-me quando no domingo, logo pela manhã, uma senhora pediu a minha ajuda para uma sondagem. Andava à procura de alguém na faixa 25-34 e já há algum tempo que não passava ninguém com essas características. Estendeu-me uma caneta, uma urna e um boletim de voto igualzinho ao que no dia 20 de Fevereiro iremos preencher. E foi nesse instante que eu me decidi. Fechei os olhos e fiz a cruz onde, daqui a umas semanas, a farei. Não sei se o Margens de Erro alguma fez pensou que uma sondagem também pode ter este efeito.
Eu já pensei. Mas como de costume, já alguém tinha pensado antes:
"Most citizens, we argue, simply do not possess preformed attitudes at the level of specificity demanded in surveys. Rather, they carry around in their heads a mix of only partially consistent ideas and considerations. When questioned, they call to mind a sample of those ideas, including an oversample of ideas made salient by the questionnaire and other recent events, and use them to choose among the options offered. But their choices do not, in most cases, reflect anything that can be described as true attitudes; rather, they reflect the thoughts that are most accessible in memory at the moment of response." ( Zaller, John and Stanley Feldman. 1992. "A Simple Theory of the Survey Response: Answering Questions Versus Revealing Preferences." American Journal of Political Science 36:p. 579).
Com o resultado de que, como apenas a amostra foi sujeita ao estímulo do questionário, mesmo que as preferências formadas na resposta a esse questionário se tornem definitivas, elas não são necessariamente representativas das preferências de toda uma população (que não terá sido sujeita a este estímulo). Como se já não bastassem todos as outras potenciais fontes de erro...
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