Tenho apenas conhecimento de quatro últimas sondagens. Vamos olhar para elas:
Duas telefónicas, duas presenciais com simulação de voto em urna. Uma com amostragem por quotas (Marktest), três com amostragem estratificada aleatória, sendo que duas delas (CESOP e Marktest) fazem ponderação pós-amostral com base em dados das estatísticas nacionais. Três tratam indecisos como abstencionistas, outra usa um modelo próprio (Aximage). Apesar de tudo, uma razoável diversidade de abordagens.
Questões concretas:
1. Quem estava à frente no momento em que foi feito o trabalho de campo? A única sondagem que "diz" saber a resposta a essa pergunta com elevado grau de confiança é a Eurosondagem. A sua resposta é "o PS". Como vemos no quadro abaixo, tendo em conta a dimensão da amostra, a diferença de 4,1 pontos nessa sondagem é estatísticamente significativa. As restantes três sondagens não sabem a resposta a essa pergunta. Nem mesmo a Aximage, apesar de dar 5,3 pontos de vantagem ao PS. É o preço a pagar por uma amostra reduzida (mas pode ser um preço compensador se isso resultar de uma boa exclusão de não-votantes; com mais de 60% de não-votantes na Aximage, isso pode ser o caso).
2. Quem estava à frente no momento em que foi feito o trabalho de campo: BE ou CDU? A única sondagem que "diz" saber a resposta a essa pergunta é a do CESOP. "CDU", é a resposta. Para todas as outras, as diferenças num sentido ou noutro não têm significância estatística.
3. Qual era o quinto partido no momento em que foi feito o trabalho de campo? Pelo menos, aqui há consenso: o CDS-PP.
Tudo o que está acima presume que as amostras são genuinamente probabilisticas e que não há fontes de erro para além do erro amostral. Não é verdade. Mas é o que temos.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
2 comentários:
O rácio N(Val, B, Nul) / N dá
Aximage 35%
Marktest (estimado pelo Pedro) 47%
CESOP 47%
Eurosondagem 84%
Na Eurosondagem exclui apenas os indecisos, enquanto nas outras exclui os "abstencionistas".
Todos os institutos apresentam na ficha técnica uma margem de erro máximo para N, i.e. para o total de inquiridos, incluindo os abstencionistas.
Será muito improvável que os 1700 da Eurosondagem não incluam os abstencionistas. O mesmo penso ter acontecido com as telefónicas, como sugeri no meu blogue. Se os inclui, então as ME da Eurosondagem serão tendicialmente superiores às ME do CESOP.
A não ser que a intenção de votar tenha sido um flitro inicial que condicionou a pertença à amostra, o qur tornaria a amostra representativa de presumíveis votantes (em vez de eleitores). Mas não sei se foi assim.
Enviar um comentário