Os quadros seguintes mostram o template que vou usar para analisar cada sondagem.
Um primeiro quadro dá alguma informação geral, mostra as estimativas de resultados eleitorais e o intervalo de confiança a 95% (aproximação à normal) associado a cada estimativa, na base da dimensão da sub-amostra de inquiridos que exprimiram uma intenção de voto, mesmo que seja em branco ou nulo. Um segundo quadro mostra diferenças entre partidos na sondagem, assim como a margem de erro da diferença. Quando a diferença na amostra é inferior à margem de erro, isso significa que essa diferença carece de significância estatística a 95%, e assinalo isso a vermelho. Quando a diferença na amostra é superior, isso significa que a diferença é estatisticamente significativa a 95%, e assinalo isso a verde. Respeitarei a opção de cada instituto de apresentar resultados com ou sem casas decimais. Tudo isto pressupõe, claro, amostragem probabilística, que sabemos ser uma pressuposição inválida. Mas enfim.
Comecemos então pela Marktest. Desde logo, a dimensão da sub-amostra de intenções válidas não se pode calcular na base das notícias saídas até ao momento. Por isso, para já, irei presumir que a percentagem de abstencionistas declarados, indecisos e não respostas é igual à do estudo anterior, o que resulta numa sub-amostra de 383.
O que nos dizem estes quadros:
1. Estritamente na base da sondagem Marktest, não é possível dizer, com um elevado grau de confiança, se a vantagem do PSD sobre o PS na amostra correspondia, à data da sondagem, a uma vantagem real na população.
2. A mesma afirmação serve para a relação entre o BE e a CDU.
3. O mesmo já não sucede com o CDS-PP: a vantagem encontrada da CDU e do BE sobre o CDS-PP é estatisticamente significativa.
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6 comentários:
Eu não consegui comprar o DE, esgotou cedo por estas bandas. Alguém sabe se na edição impressa consta o número de "abstencionistas"? Talvez não seja legal, mas seria serviço público se alguém disponibilizasse uma digitalização dos resultados da sondagem, incluindo um artigo em que se 'analisa' a intenção de voto por classe social.
Nos barómetros de meios, serviços e produtos de consumo, a Marktest utiliza quotas. Presumo que o mesmo aconteça nesta sondagem.
O DE não tem. É quotas, sim.
Não tenho o DE comigo, mas vi o artigo e acho que a intenção de voto por classe social é a do costume:
- PSD melhor quanto maior a classe, ganha até entre a classe média e alta/muito alta (grande diferença na última). PS vence na baixa.
- BE melhor também quanto maior a classe e a CDU quanto menor for. Não me lembro quem vence a classe média...
- CDS/PP tem o "estranho caso", mas normal, de ser melhor na classe alta/muito alta e baixa, perdendo relevo na classe média.
Acho que no geral, é isto, se a memória não me falha.
- O PSD e o BE melhores no género masculino. PS no feminino (não me recordo da CDU e CDS/PP).
- Entre PSD e PS, o primeiro ganha mais a norte, o ps ganha no sul. Sem certezas, o PSD ganha no centro.
Uma auto-correcção, fui ver de novo o artigo e, nos géneros, o PSD destaca-se nas mulheres e o PS tem ligeira vantagem nos homens. Não que seja importante, mas só para ficar correcto.
Curiosidade: no Grande Porto não houve qualquer "voto" no PCP e no sul ninguém ter dito que ia votar no CDS.
Uma auto-correcção, fui ver de novo o artigo e, nos géneros, o PSD destaca-se nas mulheres e o PS tem ligeira vantagem nos homens. Não que seja importante, mas só para ficar correcto.
Curiosidade: no Grande Porto não houve qualquer "voto" no PCP e no sul ninguém ter dito que ia votar no CDS.
Quando referi a análise por classe social no 1.º comentário, era precisamente para evidenciar que não se pode comparar os votos por classes, regiões, etc. com uma amostra tão pequena.
Admitindo que o Pedro está certo e que o % de abstencionistas é igual em todas as regiões, "votaram" 43 pessoas no Sul e outras tantas no G. Porto. Um n.º muito pequeno para se poder comparar distribuição por partidos em cada região.
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